As paredes no entorno da Tenda da Saúde do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), ganham um novo colorido pelas mãos do servidor e artista plástico Adilson Cardoso. O projeto surgiu a partir das oficinas de Arteterapia para os próprios pacientes da unidade. A decisão ousada provoca uma nova “roupagem” ao ambiente, já que o artista optou em retratar parte da história de Montes Claros e seus movimentos culturais. Um trabalho de encher os olhos e enriquecer a alma.
A base, segundo Adilson, se deu pela ligação que considera “visceral” que tem com os movimentos culturais da cidade. Além disso, entende que o Hospital Universitário realiza grande parte das suas atividades musicais justamente com os artistas que fomentam ações como esta do painel que está produzindo no pátio.
“As pinturas são feitas em tons monocromáticos sob a clara ilusão temporal, emolduradas com rolos de filmes pintados com o objetivo de fazer com que a cena se torne móvel na cabeça do observador. Obriga, assim, a composição psicológica das passagens dos acontecimentos próximos a cada um”, afirma Adilson.
TÉCNICA
A técnica usada nos murais mescla tinta látex branco neve com pigmentos azul, vermelho e preto. Os traços são feitos à mão livre inspirados nos casarios da chamada “parte antiga” de Montes Claros, com perspectivas lineares e três pontos de fuga.
Segundo Adilson Cardoso, toda a parede externa da área ganhará novos contornos. “O músico Zé Côco do Riachão, o Beethoven do Sertão, e Dona Yvonne Silveira, professora e ex-presidente da Academia Montesclarense de Letras – in memoriam – e outros ícones da cultura regional vão passar a fazer parte do HUCF”, diz.
APROVADO
Os pacientes do HUCF e seus acompanhantes que utilizam a Tenda da Saúde aprovaram o trabalho e elogiam a ideia. O interno Joel Pereira Carvalho, de 49 anos, disse que “o projeto é muito bacana, porque o Hospital fica mais bonito. É outra visão e acaba ajudando a divulgar a história de Montes Claros”.
Outro assistido é o Romeu Alves da Silva, de 77 anos, que descreve: “É ótimo tudo o que estamos vendo. Agrada aos olhos e ao coração. Não tem como não gostar”, afirma.