Produção incorpora os elementos de filme policial para abordar os questionamentos sociais e políticos dos anos 1970
Na próxima quinta-feira (08/05), acontecerá a exibição do filme “Chinatown”, às 19 horas, no auditório do prédio 2, do Centro de Ciências Humanas, no campus-sede da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A sessão gratuita é fruto de uma parceria da Unimontes, por meio do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Letras-Estudos Literários (PPGL) e do Centro de Comunicação e Referência Audiovisual (CCRAV) – com o Projeto Cinema Comentado Cineclube.
O fime “Chinatown” (1974) é uma produção estadunidense dirigida pelo polonês Roman Polanski, com roteiro ambientado em 1937, numa Los Angeles ensolarada e corrupta, “Chinatown” é classificado como neo-noir – isto é, apresenta uma história com os elementos e os cenários dos filmes policiais clássicos dos anos 1940-1950 numa abordagem que incorpora os questionamentos sociais e políticos da década de 1970. O detetive particular J.J. Gittes (Jack Nicholson) recebe a visita de Evelyn Mulwray e é contratado para confirmar a traição do marido, engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia da cidade. Quando o marido é assassinado, Gittes descobre que foi enganado por uma farsante, envolve-se com a verdadeira Evelyn (Faye Dunaway) e acaba numa intriga de poder, segredos e crimes.
Ainda sob o impacto da morte da esposa Sharon Tate, assassinada pelos seguidores de Charles Manson, em 1969, Polanski incorpora tragédia e cinismo à trama do filme, realizando um dos seus maiores sucessos de público e de crítica. Posteriormente, o cineasta foi impedido de trabalhar nos Estados Unidos devido à condenação de assédio sexual contra uma adolescente de 13 anos, cometido em 1977.
O crítico Gabriel Ferreira Vieira, do site Plano Crítico, afirma que “o filme continua com a força de seus significados mais profundos”. Continua com força por tudo que tem a dizer sobre seres humanos, suas vontades: de amor, de realização financeira, realização profissional, e, no mais profundo dos sentidos, de saciar suas sedes. Chegando a pontos miseráveis, como assassinato e violência sexual, para conseguir todas essas vontades. Assim, a vontade de Gittes em prosseguir com o caso, pode-se dizer, é onde o filme ganha maior potência”.
Para comentar “Chinatown” com o público, a professora doutora Andrea Martins, sócia fundadora do Cinema Comentado e coordenadora do PPGL- Unimontes, vai participar do debate após a sessão reforçando a perspectiva de proporcionar uma experiência cinematográfica estética e reflexiva aos espectadores.