– Seminários e trabalhos científicos revelam os trabalhos realizados pela Licenciatura no âmbito do Programa de Incentivo à Docência –
“Tenho a oportunidade de conciliar a teoria com a prática e sinto-me mais socializado; com mais facilidade de falar numa sala de aula sobre o que vivencio dentro do curso. E a resposta na sala de aula é o que vejo de mais positivo: os alunos estão mais interessados em Química”. O depoimento é de Marcelo Vieira, acadêmico do curso de Química no campus da Unimontes em Bocaiuva, ao relatar o projeto que desenvolve na Escola Estadual Zinha Meira, para “popularizar” o aprendizado na Química junto a alunos do ensino fundamental. A maneira que encontrou foi de traduzir em objetos e alimentos do dia a dia as reações químicas que acontecem ao longo do curso.
Ele é um dos centenas de bolsistas que participam das sessões de apresentação de pôsteres no IV Seminário Institucional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), que teve início nesta quinta-feira (24/9) e prossegue nesta sexta-feira (25/9), como parte da programação do 9º Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O PIBID é desenvolvido em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do MEC.
No início dos trabalhos, pela manhã, o reitor da Unimontes, João dos Reis Canela, destacou a importância do Pibid para as regiões de abrangência da Universidade, sobretudo pela valorização dos cursos de licenciatura. Por sua vez, o pró-reitor de Ensino, professor João Felício Rodrigues Neto, salientou a interação que o programa proporciona com as escolas de ensino fundamental e médio, o que contribui diretamente com a formação de mais professores.
A coordenadora institucional do Pibid/Unimontes, professora Silvana Diamantino França, divulgou os números atuais do programa, que colocam a Unimontes como recordista no país em números de bolsistas. São quase 2,7 mil bolsistas. Na oportunidade, ela fez um convite aos “pibidianos” para que se mobilizem pela manutenção do programa. No dia 15 de outubro, a Unimontes participará do movimento nacional #FicaPibid.
Além do IV Seminário Institucional, no âmbito do PIBID acontecem também a II Mostra de Salas Temáticas e o V Seminário de Formação Continuada de Professores a Educação Básica.
EXPERIÊNCIAS
Aluna do curso de Matemática da Unimontes em São Francisco, Débora Martins Niza também esteve no campus-sede para a apresentação de trabalho na forma de pôster. Ela desenvolveu junto aos colegas de Pibid um projeto para “desmitificar” a linguagem da Geometria. “Fizemos um diagnóstico junto aos alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental e constatamos a dificuldade na compreensão dos conceitos geométricos. A partir de oficinas, conseguimos associar os jogos didáticos ao aprendizado, induzindo o raciocínio rápido”, analisa.Segundo a aluna, o projeto está sendo desenvolvido há seis meses e com resultados práticos. “Basicamente, o que fizemos foi exibir as figuras geométricas e, com palavras usuais distribuídas na sala de aula, os próprios alunos fazem as associações que possam identificar cada símbolo da Geometria”, completa. Para Débora, o desinteresse pela disciplina foi o que motivou criar o projeto. “Numa sala de 40 alunos, quando não há tanto interesse, é complicado você trabalhar um assunto complexo como a Geometria. Dividimos as turmas em grupos e cada pibidiano pôde aplicar a dinâmica. O interesse aumentou sobremaneira”, concluiu.
A problemática da crise hídrica no Norte de Minas foi a tônica do projeto que a pibidiana Bruna Rosa Barbosa desenvolveu em Pirapora. Aluna do 5º período do curso de Geografia da Unimontes no município, ela realizou uma oficina com aproximadamente 100 alunos da 7ª série na Escola estadual Coronel Ramos sobre meio ambiente e o uso racional da água. No caso específico de Pirapora, a realidade do Rio São Francisco serviu como exemplo prático sobre a importância da preservação.
“Tenho 25 anos de idade e sempre morei em Pirapora. Nunca vi o nível do rio tão baixo como agora. Estamos muito impressionados com isto e acredito que a conscientização é a melhor maneira de não agravar a situação ainda mais”, disse Bruna, do subprojeto de Geografia.Gabriella Gonçalves Botelho César cursa o 8º período de Pedagogia no campus de Brasília de Minas. A jovem de 22 anos veio a Montes Claros para apresentar o projeto que iniciou em março de 2015, no Cemei Ciranda Cirandinha, com crianças que possuem algum tipo de deficiência (autismo, hidrocefalia, mudez, déficit de atenção, dentre outras). O instrumento escolhido foi a música que, segundo ela, desperta a sensibilidade nos estudantes especiais. “A música desperta expressões e desenvolve habilidades. Através dela, conseguimos incentivar o raciocínio e a parte motora (dança), principalmente num ambiente de aprendizado”, analisa a estudante.