No mundo globalizado, os conhecimentos cartográficos e a habilidade de leitura e interpretação da realidade espacial assumem um lugar de destaque. A linguagem cartográfica deve, então, ser trabalhada como uma metodologia para a construção do conhecimento geográfico. A questão foi discutida na manhã desta segunda-feira (01/06), na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), na comemoração pelo “Dia do Geógrafo” (29 de maio).
O evento comemorativo aconteceu no auditório do prédio 6, do Campus Universitário Darcy Ribeiro, com a participação de professores, acadêmicos e convidados. A atividade foi organizada pelo Departamento de Geociências, vinculado ao Centro de Ciências Humanas (CCH).
Na oportunidade, foram apresentados dois trabalhos resultantes de teses de doutorado relacionadas à área de Geografia. A professora Eliane Ferreira Campos Vieira apresentou os estudos a partir da tese “Cartografia no Processo de Formação Acadêmica do Professor de Geografia”, de sua autoria. A pesquisadora concluiu doutorado em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP).
Também foi apresentado o estudo “Mapeamento da Exclusão Social de Montes Claros em 2010”, da professora Marilée Patta, que concluiu o doutorado em “Geografia – Tratamento da Informação Espacial”, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais.
INSERÇÃO
A professora Eliane Ferreira Campos explicou que a cartografia é inserida nos currículos escolares e destacou tópicos sobre como ela deveria ser aplicada por professores e alunos da educação básica. “No estudo, enfocamos como os professores podem se apropriarem da linguagem cartográfica, a fim de construir mecanismos que possibilitem a globalização de baixo para cima, como defendeu o geógrafo Milton Santos no livro “Por Uma Outra Globalização”, salienta Eliane Campos, que é professora do departamento de Geociências da Unimontes.
Já a professora Marilée Patta, que pertence ao Departamento de Ciências da Computação, apresentou indicadores sociais e econômicos do município, que levantou durante o “Mapeamento da Exclusão Social de Montes Claros em 2010”. Ela mostra dados relativos à escolaridade, trabalho, renda, conforto e estrutura dos domicílios e vulnerabilidade social.
MAIOR EXCLUSíO NA ZONA RURAL E NO SANTOS REIS
Segundo o estudo, o maior percentual de exclusão de Montes Claros está nos distritos e outras localidades da zona rural. Na área urbana, a área de maior exclusão é o Santos Reis, seguidos do Jardim Primavera, Delfino Magalhães, Jardim Eldorado, Carmelo, São Judas Tadeu, Maracanã e Cidade Industrial. Na sequência, aparecem os Bairros Vera Cruz, Jardim Alvorada, Major Prates, Cidade Nova, Cintra e Lourdes.
As áreas com menores índices de exclusão em Montes Claros são os Bairros São João, Santa Rita, São José, Centro, Todos os Santos, Jardim São Luiz e Ibituruna.