O dia da voz é comemorado nesta quinta-feira (16/4), data estabelecida mundialmente para ampliar a campanha permanente de conscientização pública sobre a importância da voz e, ao mesmo tempo, alertar sobre os principais e os mais comuns problemas vocais. “Este é um tema de interesse para toda a sociedade, mas particularmente para aqueles profissionais que têm a voz como principal instrumento de trabalho”, analisa a professora e fonoaudióloga Luiza Rosa Rossi Barbosa, da Universidade Estadual de Montes Claros, que recentemente apresentou o estudo sobre os “Os Problemas Vocais em Professoras o Ensino Fundamental das Escolas Municipais de Montes Claros”.

A pesquisa foi desenvolvida e defendida em sua tese no doutorado em Ciências da Saúde da Unimontes, em dezembro último, sob orientação do professor doutor Antônio Prates Caldeira (Unimontes), com a co-orientação da doutora Ana Cristina Côrtes Gama, professora da UFMG, com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

PERFIL

Segundo a doutora, a pesquisa entrevistou por amostragem 226 professoras entre 24 e 59 anos de 1ª à 5ª séries do ensino fundamental de escolas municipais da área urbana em Montes Claros. Os dados coletados revelam que 61,1% das docentes apresentaram problemas vocais e as queixas mais prevalentes foram rouquidão (42,0%), garganta seca (37,6%), cansaço vocal (34,1%) e pigarro (33,2%).

“Pode-se observar que 35,4% referiram ter um problema agudo, ou seja, com duração igual ou inferior a três semanas e 25,7% relataram um problema crônico (com persistência por mais de três semanas)”.

A pesquisa revela que a origem desses problemas vocais não foram apenas os fatores individuais, mas também ambientais e organizacionais. “Falar muito ou excessivamente, ingerir até três copos de água por dia, regência por mais de quinze anos contínuos e ruído incomodativo ou insuportável estiveram associados às queixas”, revela a professora Luiza Rossi.

A autora destaca que a cidade de Montes Claros possui uma Lei Municipal que prevê ações preventivas com, no mínimo, um curso teórico-prático anualmente para os docentes. Ainda sobre a pesquisa, dentre as professoras que relataram ter um problema vocal, “notou-se haver prontidão para mudança no comportamento para obter saúde vocal quando há percepção de falha na voz e quando procura por tratamento fonoaudiológico”.

CONTRIBUIÇÃO

Na conclusão, a autora afirma que as informações demonstram que a percepção do indivíduo quanto a sua própria voz “poderá auxiliar no direcionamento e na abordagem terapêutica, o que contribui para a mudança”. Mostraram, também, a importância de implementar ações informativas e preventivas na grade curricular dos cursos de formação de professores.

A professora Luiza Rossi, graduada em Fonoaudiologia e mestre em Ciências da Saúde também pela Unimontes, entende que o seu estudo poderia auxiliar no direcionamento das ações educativas em saúde vocal, inclusive na oferta de estratégias para intervenções. “O Dia Mundial da Voz, que neste ano tem como tema “Seja Amigo da Sua Voz” é uma excelente data para iniciar tais ações. A própria Lei Municipal 3.634 de agosto de 2006 prevê ações preventivas”.

Porém, completa a autora, “não se deve pensar apenas na prevenção, mas também na promoção da saúde, o que significa a combinação dos meios políticos, econômicos, ambientais, educacionais, científicos que contribuam para a melhoria da saúde da comunidade, no intuito de mudar o comportamento organizacional e ambiental”.

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