Ao proferir a palestra “Racismo Institucional: a Luta nas Universidades”, quinta-feira à noite, a professora Dulce Maria Pereira, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), enalteceu a importância da valorização do conhecimento das comunidades tradicionais. “As universidades e os seus pesquisadores devem valorizar os saberes diversos dos povos negros, indígenas e quilombolas compreendendo a importância do conhecimento desses territórios e transformar a ciência em arma de desenvolvimento social e econômico”, disse.

Ela veio a Montes Claros como convidada do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Unimontes, onde debateu o tema durante a programação do 11º Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão (FEPEG),  no auditório 6 do campus-sede. O evento contou com a participação de alunos, professores e pesquisadores e teve como mediadora a professora Ivete Batista Almeida, do Departamento de História.

Referência nacional e mundial em estudos e políticas públicas de inclusão, a professora Dulce Maria enalteceu a importância da valorização da diversidade: “é preciso aumentar nossa capacidade científica e eliminar a falta de construção teórica para que o Brasil se fortaleça enquanto nação, respeitando a diversidade do conhecimento dos povos negros, indígenas e quilombolas. Ou seja: tem que fazer a ocupação territorial pelo conhecimento e inovação do saber”.

Juntamente com o vice-reitor Antonio Alvimar Souza, o reitor João dos Reis Canela acompanhou a palestra e cumprimentou o NEAB pela discussão sobre o racismo com a presença de uma especialista de renome nacional. “A presença da professora Dulce Maria Pereira marca uma página na histórica não somente do Fepeg, mas da nossa universidade”, pontuou João Canela.

“DISCUSSíO PERMANENTE”

DSC 0207

Evento do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Unimontes integra a programação do 11º Fepeg

“O tema proposto nesta palestra tem sido diuturnamente discutido no contexto de toda sociedade brasileira”, disse o reitor. Ele também mencionou a necessidade de eliminação do racismo. “O que temos de concreto é que todos nós somos seres humanos com 23 cromossomas. Desta forma, a cada momento, temos que manter o respeito à convivência em sociedade, ombreando e estreitando as relações, no sentido de termos uma sociedade verdadeiramente justa”.

Ainda na oportunidade, o vice-reitor Antonio Alvimar Souza lembrou que a humanidade tem uma dívida com as populações negras, que, ao longo da história, foram marginalizadas e privadas de direitos básicos, como o acesso à  saúde, educação e ao saneamento básico.

O coordenador do NEAB/Unimontes, professor Márcio Antônio Silva, lembrou que o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) registra que a população de Montes Claros e do Norte de Minas é formada, na sua grande maioria, por negros. Ele também enalteceu os avanços da Universidade nas ações afirmativas, citando a implementação, desde julho de 2004, da Lei de Reservas de Vagas, que destina 20% das vagas em dos seus processos letivos para aqueles que se declaram negros e pardos (comprovadamente carentes); e a própria instituição do NEAB.

Relacionadas

Reitor aborda desafios do atual momento da Unimontes e convoca: “Precisamos expandir nossas ações”
NIC/Unimontes oferece 225 vagas em oito cursos presenciais de inglês
Pesquisa da Unimontes avalia condições de saúde dos quilombolas
Reitores da Unimontes e UEMG discutem ações conjuntas
Filosofia: agenda em maio terá laboratório com debate sobre currículo e defesas de dissertações
Unimontes entre as convidadas para audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, na Assembleia