Em debate, defasagem de tabela do SUS
Discutir o futuro da ortopedia no Brasil. Este foi o objetivo de audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, que teve como um dos participantes o diretor clínico e coordenador da ortopedia do Hospital Universitário Clemente de Faria, Romero Iago Freitas Mendes. Um dos temas em discussão foi a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
A audiência, que aconteceu no dia 17 de setembro, foi proposta pela Comissão de Seguridade Social e Família, a pedido do Deputado e também ortopedista, Luiz Antônio Teixeira Júnior (PP-RJ). Com a presença do presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Moisés Cohe, a reunião contou com a participação de mais de 200 coordenadores de serviços de ortopedia do país, juntamente com estudantes de Medicina e diretores de instituições hospitalares do país.
“A cirurgia eletiva no país está parada. Opera-se apenas urgência, o que traz danos para a população que não tem acesso aos procedimentos eletivos e fica esperando por meses ou até anos para ser assistida”, observou Romero Mendes, ao participar dos debates.
TABELA DO SUS
A defasagem na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) também foi discutida na audiência pública. “Os valores praticados e pagos pelos procedimentos têm feito os médicos de várias áreas e especialidades a abandonarem o SUS. Existem procedimentos, cujos valores pagos aos profissionais são os mesmos praticados na década de 1990”, lembra o médico, que considera o entrave como principal para a realização das cirurgias não eletivas.
Ao final da audiência pública, um documento formulado será entregue encaminhado para o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, também médico ortopedista.
“Pedimos neste documento melhorias que são necessárias para assistir e atender com mais rapidez a população que necessita de procedimentos ortopédicos. Por exemplo, foram realizadas pouco mais de 7 mil próteses de joelho no Brasil em 2018. Isso em um universo de mais de 210 milhões de habitantes representa apenas 0,003% da população que teve acesso a procedimento cirúrgico. É muito pouco para a quantidade de traumas que chegam aos hospitais do país. Existe um vazio assistencial nas regiões mais pobres, distantes e do interior como é o caso do Norte de Minas”, destacou o ortopedista Romero Iago Mendes.