A Editora Unimontes, vinculada à Universidade Estadual de Montes Claros, lança o livro “O difícil disfarce da dor: humor e memória do terror”. A obra de Carlos Augusto Carneiro Costa aborda as relações entre o humor e a violência da ditadura militar (1964-1985). Com reflexão sobre as possibilidades do riso diante das situações que envolvem dor e sofrimento, o autor usa contos e crônicas do escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo.
No formato e-book, o livro está disponível no link https://www.editora.unimontes.br/o-dificil-disfarce-da-dor-humor-e-memoria-do-terror/, e, no formato físico, pode ser adquirido pelo site www.editora.unimontes.br e no Espaço do Livro e da Leitura (em frente ao Prédio 1 do campus-sede da Unimontes).
Autor

Carlos Augusto Costa é professor de Estudos Literários na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras (Poslet/Unifesspa) e do Mestrado Profissional em Educação Inclusiva em Rede Nacional (Profei). Ele desenvolve estudos sobre Literatura Brasileira em perspectiva histórica, com ênfase nas seguintes categorias: Literatura e Sociedade; Literatura Brasileira; Ética e representação em literatura; Estudos sobre memória; Pós-memória; Autoritarismo; Violência de Estado; Humor; Trauma; Melancolia; Testemunho; e Resistência na Literatura Brasileira dos séculos XX e XXI.
Estudo crítico
O estudo parte da ideia de que a produção cultural brasileira, que se dedica a tematizar a violência da ditadura, costuma fazer uso de diversas estratégias representacionais. Uma delas se dá pelo emprego do humor. O problema é que humor e violência são, via de regra, do ponto de vista ético, categorias aparentemente inconciliáveis.
No Prefácio, porém, Elcio Loureiro Cornelsen, professor titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lembra que, para o autor, o humor e o riso são capazes de virar resistência ao se transformarem “em mecanismos de sobrevivência desenvolvidos pelo ser humano para lidar com a dor, exercendo, assim, ‘importante função psíquica de ‘equilíbrio e preservação’ da vida’”.
Elcio Loureiro também sublinha que o livro de 240 páginas não foca necessariamente o regime ditatorial brasileiro, mas chama atenção para “a sobrevivência, em nossos dias, de ideias e práticas autoritárias em parte da sociedade e em segmentos e órgãos governamentais”. Trata-se, na verdade, de estudo crítico que, a partir do humor, critica “a latência de elementos autoritários do passado, defendidos e difundidos pela extrema direita, e amplamente legitimados por parte da população brasileira”.
A publicação demonstra a expansão da Editora Unimontes com outros profissionais e instituições do Brasil.
