O documentário “Sagrados e Profanos” foi escolhido em votação popular como “melhor filme” e, ainda, recebeu menção honrosa na “Mostra Pequi Audiovisual”, realizada no período de 1º a 4 de junho, no Centro Cultural Hermes de Paula, em Montes Claros. A produção é de autoria do roteirista, diretor e artista plástico Adilson Cardoso, que é servidor do Hospital Universitário Clemente de Faria, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e atua no Grupo de Trabalho de Humanização (GTH). 

No documentário, que tem duração de 20 minutos, Adilson Cardoso aborda a cultura e as tradições religiosas de Montes Claros, com foco nos catopês e marujos, personagens marcantes das centenárias Festas de Agosto. Também mostra o lado “profano” – personagens como “o bêbado” e o ambiente de um boteco. Há depoimentos de convidados como do cantor, repentista, compositor e produtor cultural Téo Azevedo, ganhador do Grammy Latino de melhor álbum de raiz em 2013; do artista plástico Willi de Carvalho; do mestre José Afonso, líder do grupo de Marujos de Montes Claros; do escritor e cronista Raphael Reys (in memoriam) e do vice-reitor da Unimontes, professor-doutor Antonio Alvimar Souza, docente do Departamento de Filosofia.

O autor ainda aproveitou a produção audiovisual para uma crítica social. “Embora Montes Claros tenha sido idolatrada na frase do jornalista Reginauro Silva como “cidade da arte e da cultura”, no município não há como os artistas sobreviverem exclusivamente da arte”, afirma Adilson Cardoso, que também é poeta e diretor de teatro.

Confira

Ele explica que se inspirou na situação do artista Wagner Black, que, embora tenha talento para a música, sobrevive como catador de materiais recicláveis nas ruas de Montes Claros. “Sagrado e Profano é a salada de tudo: a falta de incentivo e a produção de pessoas que não levantam bandeira da reivindicação”. O repórter cinematográfico Mauro Miranda é o responsável pela produção do curta-metragem.

O QUE É

Promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros, a “Mostra Pequi Audiovisual” teve mais de 60 filmes selecionados, contando com representantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Paraná, Ceará, Pernambuco e Goiás. Somente do Norte de Minas foram mais de 25 filmes inscritos.

Mostra Audiovisual

O artista plástico e servidor do HUCF destacou, também, a importância da premiação na mostra audiovisual. “Foi um momento muito especial para mim. Além de lutar contra a falta de incentivo há que se provar o tempo todo que é preciso lutar contra outras correntes, as teorias da conspiração que não deveriam existir, mas que infelizmente existem. A premiação foi recebida com muito orgulho. Posso dizer que o público votou no que viu, naquele produto pronto que passava uma idéia, que tinha uma trajetória”, avalia o diretor e roteirista.

No ano passado, com o curta-metragem “O Diálogo do Crack”, Adilson Cardoso também venceu a primeira edição da Mostra Audiovisual, com os prêmios de melhor filme na categoria “Júri Popular” e “Menção Honrosa”. O trabalho tornou-se referência na área de abrangência da Unimontes para a conscientização sobre os riscos das drogas, especialmente para os jovens.

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