Proposta para nova licenciatura atenderia a formação de professores para demanda das escolas rurais no Norte e Vale

A Universidade Estadual de Montes Claros participa de uma rede de articulação regional, com alcance principalmente no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, para viabilizar a oferta, em breve, do curso de licenciatura em Pedagogia da Terra. O assunto foi tema de reunião na última semana (17/11), entre a Reitoria e as coordenadoras do projeto, vinculadas ao Departamento de Educação, e representantes de movimentos sociais.

No encontro com o reitor Antonio Alvimar Souza, vice-reitora Ilva Ruas de Abreu e pró-reitora Helena Papa (Ensino), foi apresentado o escopo do projeto político-pedagógico (PPP) do curso, elaborado pelo Laboratório de Educação do Campo no Semiárido Mineiro: Diversidade, Território e Agroecologia (LabÉdoCampo/Unimontes) – e parceiros.

Reunião na Reitoria para a apresentação do projeto de oferta do curso de Pedagogia da Terra

Quando finalizado, o PPP será encaminhado ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx), a quem cabe a apreciação e aprovação da oferta do curso. A Unimontes já tem o histórico de oferta dos cursos de Magistério no Campo (nível médio) e de Pedagogia no Campo (licenciatura), além da especialização em Educação do Campo, na modalidade a distância.

DIÁLOGO

Coordenadoras do projeto, as professoras Magda Martins Macedo, Maria Auxiliadora Amaral Silveira e Andréa Narciso Rocha de Paula destacaram a importância do diálogo com os mais diversos segmentos afins na elaboração da proposta, sobretudo com os programas de pós-graduação da Universidade, movimentos sociais e a Rede Mineira e o Fórum Nacional de Educação no Campo.

Além de incentivar a formação de professores, segundo as professoras, o curso proposto pela Unimontes atenderia a demanda para as séries iniciais do ensino fundamental, educação infantil e a educação de jovens e adultos (EJA), além, de reforçar a oferta de licenciatura em Educação no Campo, como já acontece com os cinco cursos já ministrados pelas Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri (UFVJM), de Viçosa (UFV) e do Triângulo Mineiro (UFTM), além do Instituto Federal do Sul de Minas.

Na oportunidade, elas compartilharam a carta-compromisso de fomento à educação superior para os povos no campo, elaborada durante a II Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária e da Educação (JURA), realizada em abril, pela Unimontes. O documento foi assinado por quase 90 representantes de movimentos sociais, associações comunitárias, ONG’s, lideranças políticas estaduais, regionais e municipais, grupos de pesquisa, escolas e representações populares de agricultores familiares, quilombolas e ribeirinhos.

ABRANGÊNCIA

Professores e representantes de movimentos sociais participaram também pelo formato virtual (Fotos: Ascom)

O reitor Antonio Alvimar e a vice-reitora Ilva Ruas fizeram o agradecimento a todos os envolvidos na proposta de criação do curso de Pedagogia da Terra na Unimontes. “Precisamos repensar os nossos cursos, especialmente quando as estruturas pedagógicas podem refletir as realidades regionais e preservar as identidades de onde a Unimontes está inserida”, destacou o reitor.

A vice-reitora sugeriu que, diante da diversidade de povos e culturas na área de abrangência da Universidade, mais adiante a ideia poderia abranger, também, a oferta do curso de Pedagogia para outras comunidades tradicionais, como os quilombolas e os vazanteiros.

Samuel Costa, pedagogo da Terra, e Yan Victor Leal da Silva, doutorando em Desenvolvimento Social pela Unimontes, participaram da reunião como representantes de movimentos sociais envolvidos no projeto de criação do curso. Em números, destacaram o alcance que a proposta da Unimontes pode ter. Segundo eles, 30% do campesinato do Brasil estão em Minas Gerais e, nos municípios do Norte de Minas com população abaixo dos 20 mil habitantes, 75% dos moradores estão baseados na economia rural.

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