Makoffe utiliza apenas café solúvel e água para desenvolver os trabalhos que apresenta na exposição virtual (Arquivo pessoal)

O trabalho do Museu Regional do Norte de Minas associado às ações afirmativas da Unimontes no universo cultural e artístico ganha destaque especial em novembro, quando se comemora o mês da Consciência Negra. A programação especial, denominada “Identidade Consciência e Ancestralidade”, já foi lançada nos canais virtuais nesta semana, mas será aberta oficialmente nesta sexta-feira (20/11), com exposição de aquarelas e o resgate de personagens locais da cultura negra, com narrativas diárias da história de cada um nas redes sociais do MRNM.

A primeira atração neste dia 20, em que se comemora o Dia da Consciência Negra, será apresentada às 10h, com a exposição “Sobre Rosas, Cachos, Sonhos… e um bom Café!”, produzidas por Makoffe, nome artístico do montes-clarense Maikon Douglas Oliveira.

Aos 23 anos, o jovem autodidata apresenta uma técnica pessoal de aplicação de aquarelas à base de café em folhas de papel.

Professora Maria Aparecida Bispo foi a primeira vereadora de Montes Claros

Nos 10 trabalhos, organizados desde 2019, são retratadas pessoas anônimas. As imagens impressionam pela riqueza de detalhes dos desenhos, como as emoções e as expressões corporais em cada rosto, além dos contrastes de iluminação e os diversos tons obtidos com a matéria-prima. Segundo ele, a produção da tinta utiliza água e o pó solúvel de café. “Vou desenvolvendo várias tonalidades à medida que a solução fica mais forte ou mais fraca”, revela.

Assim como grande parte das pessoas que se viram obrigadas ao distanciamento social com a pandemia do Novo Coronavírus, Makoffe também conviveu com as oscilações emocionais. “Cada um teve uma reação e passei a criar menos, embora tenha sido a arte o meu grande apoio para superar qualquer dificuldade”, disse.

Aquarela com café de Makoffe

PERSONAGENS

A equipe do Museu Regional organizou, ainda, uma série de posts virtuais para o Instagram e o Facebook alusivos à data. Além de vídeos temáticos sobre cultura e resistência negra, um material didático sobre personalidades negras que marcaram a história do Brasil e, também, detalhes personagens populares negros e históricos de Montes Claros e do Norte de Minas.

Nomes folclóricos como Tuia, Júlio Galinheiro e Manoel Quatrocentos são resgatados, assim como ícones culturais e educacionais como o mestre de catopês João Farias, Francisco Cardoso, o “Chico Preto”, um dos principais representantes das matrizes africanas na cidade, e a professora Aparecida Bispo, primeira vereadora da história de Montes Claros, além do padre Antonio Carlos da Silva e da figura Leonel Beirão de Jesus, criador da Boneca de Leonel – inspirada nos estandartes dos carnavais de Recife.

O andarilho Júlio Galinheiro, figura folclórica nas ruas de Montes Claros

O trabalho conta com a produção das educadoras Dayane Botelho e Isabella Lima e da historiadora Karine Dias, com mediação de André Luiz (vídeos temáticos), suporte de Jaques Fróis e supervisão geral do diretor do MRNM, José Roberto Lopes de Sales.

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