A otimização de dados e de espaços proporcionada pelo georreferenciamento no âmbito da Universidade Estadual de Montes Claros é destaque na publicação semestral da revista Fonte, produção científica da Companhia da Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Prodemge). O número lançado neste mês tem como tema central a “Geotecnologia a Serviço do Desenvolvimento” e traz as experiências bem sucedidas no âmbito do serviço público mineiro a partir da adoção do mapeamento georreferenciado.

A publicação ressalta a expertise da Unimontes na área da Geotecnologia, iniciada em 2009, com estudos específicos sobre o mapeamento da dengue no município de Pirapora. Atualmente, o trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Geoprocessamento da Unimontes abrange todos os 89 municípios da mesorregião do Norte de Minas.

“É um conjunto bem consolidado de dados espaciais, com imagens de satélite e bases cartográficas associadas às chamadas informações secundárias, como, por exemplo, os dados socioeconômicos de cada um dos 89 municípios do Norte de Minas”, explica o professor-doutor em Geografia Marcos Esdras Leite, coordenador do Laboratório de Geoprocessamento da Unimontes.

REFERÊNCIA PARA PREVENÇÃO

Marcos esdras LabGeop

Professor Marcos Esdras, coordenador dos estudos no âmbito da Unimontes

Para melhor compreensão, ele cita um trabalho específico que a Universidade fez junto ao Centro de Controle de Zoonoses e a Vigilância Epidemiológica, ambos do município de Montes Claros, publicado na Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, para o mapeamento dos casos de dengue na área urbana. “Os dados apurados pelo município são aplicados às imagens de satélite e às bases cartográficas e, a partir daí, você identifica os espaços onde há casos da doença e reincidência de focos e, a partir daí, se orienta sobre como coordenar as campanhas de combate e prevenção, dentre outras ações específicas contra o problema”, explica.

Confira

Esdras lembra que, além do município, a Polícia Militar, a Gerência Regional de Saúde e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) são parceiros da Universidade em trabalhos associados ao Geoprocessamento, além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), como financiadora. Essas instituições fornecem dados que a equipe do Laboratório de Geoprocessamento da Unimontes espacializa, gera mapas e novas informações. Esses resultados são publicados em periódicos, eventos e em livros relacionados à temática ambiental.

Na Universidade, o Laboratório conta com ações conjuntas com os cursos de Geografia (campus-sede e do campus de Pirapora) e os programas de mestrado em Geografia e de mestrado e doutorado em Desenvolvimento Social.

O objetivo, alerta o pesquisador, é dar suporte aos gestores, com informações assertivas para a tomada de decisão, permitindo que tenham acesso à localização de casos de doenças, de determinado tipo de violência, de problemas socioambientais, por exemplo, identificando suas áreas de concentração e as possíveis influências para estes registros.

Academicos LabGeop

Imagens de satélite e bases cartográficas são aplicadas aos dados cedidos pelos parceiros como a PM, Sedectes e GRS

“É o papel da universidade pública se alinhar com o Estado e os demais organismos públicos, com a efetiva comprovação de que os investimentos em pesquisa têm retorno para a sociedade. O Geoprocessamento é um exemplo concreto”, acrescenta Esdras, que também é membro da Câmara Ciências Aplicadas da Fapemig.

 

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