“A contribuição dos povos e comunidades tradicionais para outro desenvolvimento”. Este é o tema do III Colóquio Internacional sobre Povos e Comunidades Tradicionais, aberto nessa terça-feira (22/04) e que prossegue até a próxima sexta-feira (25/04), no campus-sede da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O evento é organizado pelo Programa de mestrado em Desenvolvimento Social, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e outros parceiros.

Ao longo dos quatro dias de evento serão apresentados 118 trabalhos científicos na forma de comunicação oral e pôsteres. Dentre os temas, há estudos sobre as comunidades tradicionais de Minas Gerais, Piauí, Bahia, Paraná, Tocantins, Rondônia, Goiás e Paraíba, dentre outros.

As atividades foram iniciadas no auditório Mário Ribeiro da Silveira (prédio 6), com a participação de 300 professores, pesquisadores, acadêmicos e mestrandos de várias partes do País, além dos povos tradicionais como quilombolas, vazanteiros, indígenas e comunidades do cerrado.

Os trabalhos foram iniciados com as discussões em torno do tema “Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais”, com a participação de pesquisadores e estudiosos que trabalham com o tema e grupo de trabalho “Conflitos nas Savanas”. A abertura oficial aconteceu à noite, sob a coordenação do professor Rômulo Barbosa, da comissão organizadora, e presidida pela pró-reitora de Extensão, professora Marina Ribeiro Queiroz.

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Evento é marcado por apresentação de trabalhos, intervenções artísticas e exposições fotográficas (fotos: Andrey Librelon/Unimontes)

Nos grupos de pesquisas e movimentos sociais que participam do evento estão representantes das cidades de Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo e dos estados do Pará e Rondônia, além de conferencistas estrangeiros da Colômbia, França, Alemanha.

OPORTUNIDADE ÍMPAR

Hilário de Dbazakésékô, uma das lideranças da Comunidade Xakriabá, localizada no município de São João das Missões (Norte de Minas), participa do Colóquio como representante de uma das 32 aldeias da etnia, cuja população total está estimada é de 10 mil habitantes. “Para nós, é um momento importante, pois, através dessa articulação, nos aproximamos da Universidade e conquistamos reconhecimento enquanto povo indígena”, explica.

A professora Isabel Cristina Barbosa Brito, da comissão organizadora do Colóquio, explica que o objetivo do evento é discutir a articulação entre os povos e comunidades tradicionais e a interação entre pesquisadores e intelectuais brasileiros e estrangeiros que trabalham com o tema. Busca-se também criar um fórum para a integração entre a academia, lideranças e movimentos populares.

Para o coordenador executivo do Centro de Agricultura Alternativa (CAA) do Norte de Minas, Álvaro Carrara, o encontro contribui para desinstitucionalizar a pauta das conversas que, segundo ele, está centrada em poucas instituições. “A pesquisa e a aproximação da academia contribuem para orientar os projetos e demandas oriundas dessas comunidades”, observa.

PROGRAMAÇÃO

Os 118 trabalhos selecionados para apresentações são pautados nos eixos temáticos “Identidade, Território e Cultura; “Educação e Saberes Tradicionais; “Sociobiodiversidade” e “Sustentabilidade e Economias”.

A Universidade de Kassel (Alemanha) é parceira na promoção do evento, juntamente com Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA), Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Comunidade Tradicionais do Rio São Francisco (Opará) e o Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (Niisa).

Também apoiam o Colóquio o departamento de Ciências Sociais, Projeto Olhar, Imaginar e Agir (OIA/Unimontes) e Agência de Desenvolvimento Heks (Organização Não-Governamental Suíça).


 

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