sans-serif;”>Adoçantes artificiais
page sans-serif;”>mitos e verdades
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Por Gislaine Cândida Batista Jorge- Nutricionista
Além do sabor agradável, a maioria das substâncias doces encontradas na natureza tem alto valor calórico, servindo como fonte de energia para nossas atividades diárias. Normalmente, o ser humano agrada-se muito dos sabores doces, quer seja dos açúcares encontrados naturalmente nas frutas e vegetais, quer seja de produtos fabricados à base de sacarose (o açúcar de mesa).
A sacarose contribui para a preservação de alguns alimentos em conservas, compotas, doces em pasta e outros. Por ser rica em calorias, tem contribuído para o excesso de peso e outros agravos a ele relacionados, como a hipertensão, diabetes e dislipidemias.
Como alternativa ao uso da sacarose nos produtos industrializados ou mesmo para a adição aos alimentos preparados em casa, nas últimas décadas, têm sido desenvolvidos outros adoçantes menos calóricos. Esses adoçantes, inicialmente, também eram considerados úteis apenas para problemas específicos de saúde, como por exemplo, o diabetes, em que deve haver uma ingestão controlada de açúcares. No entanto, no decorrer dos anos, passaram a ser utilizados na alimentação em geral, cada vez mais disponíveis para todos aqueles que desejem consumi-los.
Hoje, no Brasil, são regulamentados cerca de quinze desses produtos, com especificações de como devem ser utilizados, incluindo as quantidades máximas que podem ser adicionados a outros alimentos e a quantidade máxima em que podem ser consumidos individualmente. Por se tratarem de produtos que são adicionados aos alimentos e passíveis de possuírem efeitos colaterais, em todo o mundo existem regulamentações para o seu uso, mesmo sendo alguns deles de origem natural. A regulamentação brasileira segue as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e utiliza como referências as regulamentações do FDA (Food Drug Administration) dos Estados Unidos e comissões científicas da União Européia que trabalham com esse tema.
É muito comum, nos atendimentos do dia a dia, de consultório, as pessoas questionarem se o consumo desses adoçantes artificiais é seguro de fato para a saúde. A resposta é que as evidências atuais, a partir de vários estudos científicos em animais e humanos, fornecem subsídios para afirmarmos que, nas dosagens recomendadas, os adoçantes podem ser utilizados. Existem algumas situações específicas, como por exemplo, o caso dos indivíduos portadores de fenilcetonúria, um erro inato do metabolismo, em que o aspartame não deve ser utilizado uma vez que ele contém a fenilanina, uma substância que não é metabolizada pelos portadores do distúrbio. Esse produto também não deve ser utilizado por grávidas. Outra pergunta frequente: adoçantes engordam? Estudo com ratos falam que, ao se ingerir um alimento que não desencadeia um sabor doce verdadeiro, como os adoçantes, por exemplo, o cérebro entende que não foi alimentado, e os ratos continuam comendo e aumentando o peso. Porém, não é comprovado que isso ocorra em humanos.
Adoçantes à base de ciclamato e sacarina têm suas quantidades preconizadas reduzidas nas recomendações brasileiras, por conterem sódio na sua composição, elemento que está relacionado à hipertensão arterial. Apesar de permitidos no Brasil, a sacarina é proibida no Canadá e o ciclamato nos Estados Unidos.
Em estudos realizados em animais de laboratório, os três adoçantes, a sacarina, o aspartame e o ciclamato, apresentaram efeitos colaterais, mas não foi possível estabelecer uma relação causal com problemas semelhantes em humanos e, por esse motivo, continuam sendo utilizados. A argumentação para a manutenção do seu uso é que o metabolismo dos humanos é diferente dos animais para algumas das doenças desenvolvidas em experimentos. Contudo, embora o metabolismo humano seja diferente dos animais, estudos desse tipo, em animais de laboratório, têm sido utilizados para antevermos alguns dos efeitos colaterais de drogas e medicamentos em seres humanos.
Fica a mensagem que, mesmo com os estudos desenvolvidos até o momento, ainda não há uma resposta definitiva quanto ao uso crônico desses aditivos. Não existe nenhum adoçante perfeito, que seja 100% seguro. Portanto, o seu uso deverá ser moderado, atendendo sempre ás prescrições individuais.
- Inclua frutas e cereais; aprecie o sabor natural dos alimentos.
- Sucos de frutas que não são ácidas podem ser consumidos sem a necessidade de adicionar adoçantes. Mas, sempre que possível, prefira as frutas ao natural, pois estas são ricas em fibras e vitaminas. As fibras contribuem para o melhor controle glicêmico e aumentam a saciedade.
- Evite o uso de refrigerantes dietéticos no dia a dia: faça uso apenas em ocasiões especiais. Estes, em geral, tem alto teor de sódio, devendo ser evitados pelos hipertensos.
- Os pacientes que necessitam de uma dieta com restrição de açúcares, como os diabéticos, devem preparar sobremesas com o mínimo possível de adoçantes.
- Alternar os adoçantes, evitando utilizar sempre os mesmos, pode ser uma estratégia para minimizar os possíveis efeitos colaterais, que em estudos animais, estão sempre relacionados a doses altas dessas substâncias.
- E lembrem-se: a melhor alternativa é a reeducação alimentar, que sempre irá contemplar uma alimentação saudável, balanceada em carboidratos, proteínas, lipídeos e fibras.
- O acompanhamento nutricional individualizado e a atividade física regular sempre serão os maiores aliados para manter um peso saudável e um bom controle glicêmico.
O panorama dos adoçantes, de acordo com sua descoberta, é denominado de 1ª e 2ª geração:
1ª Geração
Sacarina – Foi o 1º adoçante artificial a ser descoberto. Com sua utilização, começaram a aparecer estudos com o risco para câncer de bexiga. O consumo chegou a ser proibido em 1972, mas, em 1991, foi liberado quando os estudos foram derrubados. É um adoçante atraente, de baixo custo, de absorção lenta, porém, com sabor amargo e metálico.
Ciclamato – É usado normalmente em associação com sacarina. É mais doce que a sacarose, porém, com sabor também amargo. Acaba sendo usado em associação com a sacarina para tentar diminuir a sensação do amargo. Existem relatos de que ele pode causar anomalia cromossômica em animais e efeito laxativo em humanos.
Aspartame – Foi criado para ser tornar mais palatável. Existiram dúvidas sobre sua toxidade, pois seu consumo acaba liberando metanol para o organismo. Estudos mostraram, no entanto, que a quantidade de metanol liberada é menor do que a liberada num suco de fruta, por exemplo, e que para se tornar tóxico, uma pessoa teria que ingerir cerca de 2kg de aspartame por dia. Existe risco apenas para pessoas com fecilcetonúria.
2ª Geração
Acessulfame – K – É um adoçante de absorção rápida, sem metabolização, eliminado em 24h pela urina. Não existem estudos sobre possíveis danos carcinogênicos. Tem alto poder adoçante, pequeno sabor residual desagradável, mas tem estabilidade térmica (pode ir ao fogo).
Sucralose – Altamente palatável, não é metabolizada pelo organismo, sem efeitos carcinogênicos. Por não interferir na absorção da glicose, é um adoçante interessante para ser usado por pacientes com diabetes. Não tem sabor residual e pode ir ao fogo. Entre os efeitos colaterais, está a enxaqueca.
Neotame – É um tipo de adoçante mais novo, parcialmente absorvido no intestino delgado, rapidamente metabolizado, porém gerando pequena quantidade de metanol. É usado normalmente em associação com outros adoçantes e adoça até 8 mil vezes a mais que a sacarose.
Esteviosídeo ou Stevia – É natural, não é metabolizado, a quantidade ingerida é quase totalmente absorvida pelo TGI e eliminada inalterada pela urina. Estudos humanos mostraram melhora glicemia e perfil lipídico. Não é aprovado pelo FDA por falta de dados de segurança. No Brasil, é liberado, porém, normalmente é usado associado ao ciclamato. Tem sabor amargo.
Fonte:http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2008/RDC_18.pdf
A Nutricionista Gislaine Cândida Batista Jorge colabora mensalmente com o boletim UNINOVIDADES com dicas sobre Nutrição e Saúde. Os servidores da Unimontes podem participar do Projeto Nutrição e Saúde que integra o Programa Mudança de Hábito e Qualidade de Vida da Diretoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos. A proposta é realizar intervenção nutricional e ações de educação em saúde, visando à recuperação e promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos servidores, bem como à prevenção de doenças por meio da mudança de hábito e estilo de vida.
Serviço
Atendimento: Ambulatório de Nutrição Clínica – 9º andar do CAETAN- Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves do Hospital Universitário Clemente de Faria.
Consultas: Os servidores devem agendar no SESEST.
Telefones: (38) 3229 8576/ 8571.