sans-serif;”>Hábitos alimentares e o risco de câncer
Por Gislaine Cândida Batista Jorge- Nutricionista
Há vários estudos que sugerem que muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso), reto, próstata, esôfago e estômago.
No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade por câncer. O perfil de consumo de alimentos que contêm fatores de proteção está abaixo do recomendado em diversas regiões do país. A ingestão de fibras também é baixa no Brasil, onde se observa,coincidentemente, uma significativa frequência de câncer de cólon e reto. O consumo de gorduras é elevado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde ocorrem as maiores incidências de câncer de mama no país.
Alimentação de Risco
Em relação aos cânceres de mama e próstata, a ingestão de gorduras pode alterar os níveis hormonais, aumentando o risco da doença.
A literatura aponta a associação de dieta rica em gordura, principalmente a saturada, a um maior risco de se desenvolver esses tipos de cânceres em regiões desenvolvidas, principalmente em países do Ocidente, onde o consumo de alimentos ricos em gordura é alto. Já os cânceres de estômago e de esôfago ocorrem mais frequentemente em alguns países do Oriente e em regiões pobres onde não há meios adequados de conservação dos alimentos (geladeira), o que torna comum o uso de defumados e alimentos preservados em sal.
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente, parecem fornecer o ambiente propício que uma célula cancerosa necessita para crescer, multiplicar-se e se disseminar. No dia a dia, esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação.
Atenção especial para os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, linguiças, mortadelas, dentre outros. Existem também, alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos. Os nitritos e nitratos são usados para conservar alguns alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados. No estômago, esses aditivos transformam-se em nitrosaminas. As nitrosaminas, têm ação carcinogênica potente e são responsáveis pelos altos índices de câncer de estômago observados em populações que consomem alimentos com essas características, de forma abundante e rotineiramente.
Os alimentos defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão, proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado também na fumaça do cigarro, cuja ação carcinogênica é conhecida.
Os alimentos preservados em sal, como carne de sol, charque e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago.
A forma de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa, a temperaturas muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e colorretal.
Cuidado com os grãos e cereais. Se armazenados em locais inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, o qual produz a aflatoxina, substância cancerígena. Essa toxina está relacionada ao desenvolvimento de câncer de fígado.
Escolhas Saudáveis
- Portanto, sempre que possível opte por métodos de cozimento que utilizem baixas temperaturas, como vapor, fervura, pochê, ensopado, guisado, cozido ou assado em forno convencional.
- Aumente a ingestão diária de alimentos ricos em fibras, pois os estudos demonstram que uma alimentação pobre em fibras, com altos teores de gorduras e altos níveis calóricos (hambúrguer, maionese, batata frita, bacon etc.) está relacionada a um maior risco para o desenvolvimento de câncer de cólon e de reto, possivelmente porque, sem a ingestão de fibras, o tempo de trânsito intestinal é mais lento, favorecendo uma exposição mais demorada da mucosa aos agentes cancerígenos encontrados no conteúdo intestinal.
- Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm nutrientes, tais como vitaminas, fibras e outros componentes nutricionais,que auxiliam o organismo na sua defesa natural, destroem os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células. Esses alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do processo de carcinogênese e, portanto, devem ser consumidos com frequência.
- Adote estilo de vida saudável! Faça mudanças nos hábitos alimentares. A adoção de uma alimentação saudável contribui não só para a prevenção do câncer, mas também de doenças cardíacas, obesidade e outras enfermidades crônicas, como diabetes.
- Para crianças, adultos e idosos, o ganho de peso e aumento na circunferência da cintura devem ser evitados, pois a obesidade é uma condição que aumenta o
risco de morbidade para as principais doenças crônicas: hipertensão, dislipidemia, diabetes, doença coronariana e alguns tipos de câncer.
- Seja mais ativo! Faça atividade física regularmente! Converse com o seu médico e consulte um educador físico.
- Adote a reeducação nutricional! Agende a sua consulta com o nutricionista e opte pela saúde e melhor qualidade de vida.
Fontes:
Portal da Saúde do Ministério da Saúde
Recomendações de Alimentação e Nutrição Saudável para a População Brasileira Arq Bras Endocrinol Metab vol.44 no.3 São Paulo June 2000.
A Nutricionista Gislaine Cândida Batista Jorge colabora mensalmente com o boletim UNINOVIDADES com dicas sobre Nutrição e Saúde. Os servidores da Unimontes podem participar do Projeto Nutrição e Saúde que integra o Programa Mudança de Hábito e Qualidade de Vida da Diretoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos. A proposta é realizar intervenção nutricional e ações de educação em saúde, visando à recuperação e promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos servidores, bem como à prevenção de doenças por meio da mudança de hábito e estilo de vida.
Serviço
Atendimento: Ambulatório de Nutrição Clínica – 9º andar do CAETAN- Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves do Hospital Universitário Clemente de Faria.
Consultas: Os servidores devem agendar no SESEST.
Telefones: (38) 3229 8576/ 8571.