A Escola Hospitalar Ciranda da Vida (EHCV)do Hospital Universitário da Unimontes, comemorou seus 20 anos na última quinta-feira (12/12). A unidade funciona em prolongamento da Pediatria do HUCF, com playground, brinquedoteca, sala de aula e secretaria. A escola auxilia crianças da faixa-etária de zero a 12 anos internadas no HU.
A EHCV é coordenada pela pedagoga Vilma Oneide Dias, que conduziu o momento festivo, iniciado por volta das 15h, no pátio do HUCF, com apresentação da Banda do 55º Batalhão de Infantaria de Montes Claros, sob regência do maestro Ayalla. Estiveram presentes membros da diretoria do HUCF e convidados que testemunharam sobre o impacto da escolinha hospitalar na vida dos pacientes atendidos.
O superintendente do HU, Iuri Simões Mota, destacou a importância da iniciativa no ambiente hospitalar. “A escola tranquiliza a criança, suaviza este período, possibilita a continuidade educacional dessa criança. Por isso entendemos como serviço essencial no âmbito das atividades do Hospital Universitário, que deve ser não apenas mantido, mas ampliado“, destacou.
O casal Lincoln e Fernanda, a seu lado, relatou em seguida a experiência com o filho Fernando, de apenas três anos, que ficou internado durante 13 dias para tratamento de uma pneumonia. “Quando recebemos a notícia de que nosso pequeno precisaria ficar internado, fomos tomados pelo medo e pela incerteza. Ver nosso filho em um hospital” foi desafiador e desgastante. Mas, felizmente, os pais logo perceberam que não estavam sozinhos.
“Desde o início, fomos acolhidos por uma equipe que não apenas cuidou da saúde
física do nosso filho, mas também da nossa família como um todo. A Ciranda da Vida foi um verdadeiro porto seguro para nós nesse momento tão difícil. Não era apenas um espaço com brinquedos ou atividades; era um refúgio de esperança”, explicaram, emocionados, para destacar “o sorriso dos profissionais, a dedicação em criar momentos lúdicos e educativos, e o cuidado em tratar cada criança com singularidade, [que] nos trouxeram conforto e alívio em meio à tempestade“.
A família notou o brilho nos olhos do filho ao participar das atividades . “Isso é algo que nunca esqueceremos. Ele saía do leito animado para interagir, brincar e aprender, e isso fez toda a diferença no processo de recuperação dele. Sentimos que, mesmo em um ambiente de enfermidade, ele era tratado como uma criança cheia de potencial e não apenas como um paciente” .
O casal disse ter aprendido com a EHCV “que o cuidado vai além dos remédios e dos tratamentos. Vocês nos ensinaram que acolher uma criança é também acolher sua família. Cada palavra de incentivo, cada gesto de paciência e cada atividade pedagógica foram como um abraço caloroso que nos deu forças para seguir. Nossa gratidão à equipe do projeto é imensa. Vocês são mais do que educadores e profissionais; são anjos que transformam momentos de dor em esperança e amor”, afirmou.
Esse é também o sentimento daqueles que participam da rotina hospitalar. “Quando temos alguma criança isolada, a escolinha vai até ela”, explicou a residente da ala de Pediatria, Luna Gonçalves Giati ao contar sua experiência durante a comemoração. Ela enfatizou que isso estimula a participação dos pequenos pacientes, que, pela delicada condição de saúde, não têm condições de se deslocar até a escola.
“O trabalho da equipe proporciona um atendimento mais humanizado, um cuidado menos traumático para essas crianças e que, quando elas recebem alta, elas vão com esse coração agradecido pelo atendimento”, sintetizou a enfermeira pediatra Patrícia Fernandes do Prado; enquanto a acadêmica de Enfermagem da Pediatria, Sarah Gonçalves Souza, equiparou a EHCV a “um oásis”, para onde os pequenos “pudessem escapar dos procedimentos, de toda a dor, de toda a tristeza que a internação causa”
Luna Gonçalves Giati, residente da Pediatria
Coordenadora do Projeto Trilha da Leitura na Secretaria Municipal de Montes Claros, Éllen Santa Rosa, acompanhada de sua equipe, teceu considerações sobre o projeto e doou livros de sua autoria autografados.
Também falaram sobre sua experiência com a Ciranda da Vida a enfermeira Patrícia Prado e a acadêmica Sara. O evento foi encerrado com homenagem aos voluntários e confraternização.