Juntos, os itens essenciais acumulam aumento de 14,05% em 2020, contra um percentual abaixo dos 3% na medição geral do IPC Unimontes entre janeiro e maio

Em Montes Claros, a inflação acumulada da cesta básica nos cinco primeiros meses de 2020 é quase o dobro se comparado à mesma linha de tempo do ano passado. Entre janeiro e maio, o custo aumentou em 14,05%, contra 8,14% registrado nesse mesmo período de 2019, segundo revela o estudo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), projeto de extensão do Departamento de Economia da Unimontes. Já o acumulado da inflação geral em Montes Claros, em janeiro e maio deste ano, chega a 2,73%.

Arroz e tomate fazem parte da cesta básica e tiveram comportamentos diferentes em seus preços em maio; chuchu e pimentão foram vilões (FOTO: Ascom Unimontes)

O cenário de pandemia da Covid-19, especialmente nos últimos três meses com o isolamento social e a busca mais intensa pelos alimentos considerados mais essenciais, tem efeito direto nesta ascensão, como explica a professora Vânia Vilas Boas, coordenadora do IPC/Unimontes.

“Na linguagem popular, esta é a “lei da oferta e da procura”. Muito interesse por determinado produto vai influenciar na alta de preços. Aliado a isso, mesmo sem ser uma regra geral, houve alguns sinais de especulações de preços e de estoques por parte dos comerciantes”, acrescenta a pesquisadora.

MÊS A MÊS

A variação mês a mês da cesta básica em Montes Claros começou com a inflação de 1,71% em janeiro. Em fevereiro, ainda sem o cenário de pandemia, o único registro de deflação, com o percentual negativo: – 3,91%. Dali em diante, somando as mudanças de comportamento, com a quarentena e a insistência de muitos em guardar alimentos, os preços dispararam.

Em março, a inflação referente à cesta básica foi de 3,59% e, em abril, a disparada mais surpreendente e que parece justificar um acumulado tão alto antes mesmo da virada de semestre. O IPC chegou a 9,25%, o que fez a medição de maio, de 3,11%, parecer um alívio mesmo sendo a terceira mais alta do ano. No mês passado, os “vilões” vieram da horta: batata (30,45%) e tomate (7,38%) apresentaram os maiores percentuais de reajuste.

A cesta básica é formada por 13 itens considerados essenciais e calculada com base no salário-mínimo: carne bovina, leite tipo C, arroz, feijão, farinha de mandioca, tomate, batata, pão de sal, café, banana caturra, açúcar, óleo de soja e margarina.

INFLAÇÃO GERAL

O custo de vida de Montes Claros calculado pelo IPC/Unimontes vai além da cesta básica. O Departamento de Economia faz uma pesquisa mensal em 400 estabelecimentos comerciais, distribuídos pelos mais de 100 bairros da cidade, e que considera sete grupos distintos: alimentação, vestuário, habitação, artigos de residência, transporte/comunicação, saúde/cuidados pessoais e educação/despesas pessoais.

Em maio, o índice da inflação geral na cidade foi de 0,19%, com influência dos hortifrutigranjeiros (pimentão, batata inglesa, chuchu, brócolis, quiabo, banana e tomate). Uma curiosidade no mês anterior foi a alta d, itens que, em geral, são mais comuns em momentos de lazer mesmo nos tempos de pandemia: carne (2,52%), bebidas destiladas (2,86%), cerveja (2,52%) e carvão (9,62%). O preço de medicamentos também foi reajustado, em destaque, para o tratamento de colesterol (14,33%) e de hipertensão (6,19%).

O acumulado da inflação geral em Montes Claros, em janeiro e maio de 2020, chega a 2,73%.

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