Pesquisa de professora aposentada da Unimontes viabilizou projeto

Nesta segunda-feira, 3 de julho, Aniversário da Cidade, às 10 horas, durante a Exposição Agropecuária Regional de Montes Claros (Expomontes/2023), será apresentada no Parque de Exposições Joao Alencar Athayde, a “Cavalhada de Montes Claros”, com entrada gratuita. Trata-se de uma antiga tradição do município, que será resgatada depois de 66 anos, tendo realizada pela última vez em 1957, quando foi comemorado o “Centenário da Cidade”.

O evento conta com o apoio da Universidade Estadual de Montes Claros. A ação foi viabilizada a partir da “pesquisa histórica sobre a cavalhada de Montes Claros”, coordenada pela escritora e pesquisadora Marta Verônica Vasconcelos Leite, professora aposentada do departamento de História da Unimontes, onde também atuou nos departamentos de Artes e de Comunicação e Letras.

Cavalhada antiga em Montes Claros. foto: arquivo pessoal/divulgação

Foi elaborado o projeto “Cavalhada de Montes Claros – Grupo de Cavaleiros Nivaldo Maciel”.  A atividade contará com a participação de cerca de 40 cavalheiros. A iniciativa do resgate da tradição é da família Maciel, em homenagem ao produtor rural e seresteiro Nivaldo Maciel, que se apresentou como Rei Mouro na cavalhada do Centenário da Cidade, em 1957, e que foi um dos fundadores da Sociedade Rural de Montes Claros, organizadora da Expomontes.

Conforme a professora e pesquisadora Marta Verônica Vasconcelos Leite, entre os principais objetivos do projeto estão o resgate, a preservação da memória cultural, possibilitando a sua continuidade e o repasse às novas gerações. “Com esse projeto, espera-se que a Cavalhada de Montes Claros passe a integrar, de forma definitiva, o calendário cultural da cidade”, afirma a pesquisadora. A iniciativa conta ainda com a participação de historiadores, produtores culturais, artistas, cavaleiros e amazonas.

Marta Verônica Vasconcelos Leite teve como uma das fontes de pesquisa o livro “Montes Claros, sua história, sua gente e seus costumes”, do médico, historiador e folclorista Hermes de Paula. Ela ressalta que na obra, o historiador registra como a primeira realização da calhada em Montes Claros há 183 anos, em 1840, sendo que a manifestação acontecia durante as “Festas de Agosto”, no Largo da Matriz.

A pesquisadora destaca ainda que há registros da tradição nos anos de 1905, 1928, 1938 e, por último, na comemoração do centenário da cidade. “Em 3 de julho de 1957 foi comemorado com intensa alegria e civilidade o primeiro centenário de Montes Claros, com vários dias de festejos, inaugurações e visitas ilustres como a do presidente Juscelino Kubitschek e do Governador de Minas – Bias Fortes, com repercussão na imprensa nacional”, descreve.

Cavalhada antiga em Montes Claros. foto: arquivo pessoal/divulgação

Como é o espetáculo da cavalhada

Conforme relata o historiador Hermes de Paula a Cavalhada representa um episódio guerreiro entre mouros e cristãos, ocorrido na Península Ibérica, hoje Portugal e Espanha. A Cavalhada foi trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses.

A apresentação da cavalhada é realizada em uma arena, onde, de um lado é colocado o trono do Rei Cristão e do outro a torre do Rei dos Mouros. A manifestação teatral é composta pelo rei e cavaleiros cristãos, vestidos em azul, e pelo Rei e cavaleiros mouros, vestidos em vermelho.

Também faz parte da Cavalhada o Rei Mouro, Embaixador, Espique e cavaleiros, todos com vestimentas em vermelho, com lua crescente branca – símbolo do Império Otomano, na era medieval.

O jovem e impetuoso Rei Mouro se apaixona pela Princesa Cristã e vai pedi-la em casamento, que é aceito sob condições do pretendente de ser batizado e se converter para o Cristianismo.

Seguem-se diálogos entre os Cristãos e Mouros que culmina com uma batalha entre as tropas com os cavaleiros montadas em garbosos cavalos ornamentados.

O Rei Mouro sequestra a Princesa Cristã e tem-se o início da batalha campal, denominada de Cavalhada.

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