A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) deve celebrar as contribuições que tem oferecido à educação superior no Brasil, especialmente, nos avanços da pós-graduação Stricto sensu e na formação de mestres e doutores. Essa foi a avaliação do professor Antônio Gomes de Souza Filho, diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que no último dia 21 de agosto participou, por videoconferência, do III Workshop de Integração da Pós-Graduação.

O evento, promovido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unimontes, ocorreu na Sala dos Conselhos (prédio da Reitoria). A abertura foi conduzida pelo vice-reitor, professor Dalton Caldeira Rocha, e contou ainda com as presenças do pró-reitor de Pós-Graduação, professor Marlon Cristian Toledo Pereira, do pró-reitor adjunto, professor Daniel Coelho de Oliveira, e de diversos docentes e coordenadores.

Segundo Antônio Gomes Filho, a Unimontes cumpre papel estratégico por ser uma universidade interiorizada, fora dos grandes centros, contribuindo para a democratização do conhecimento no país.

“Vocês podem e devem celebrar as boas contribuições que a universidade tem oferecido. A Unimontes tem avançado ao longo do tempo e ajudado a capilarizar a geração de conhecimento e a formação de mestres e doutores em todas as regiões do Brasil”, destacou.

Desafios

O diretor da Capes também apontou desafios que precisam ser enfrentados, relacionados ao melhor entendimento do atual cenário do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Atualmente, o país conta com quase cinco mil programas, distribuídos em 350 municípios.

Ele ressaltou que há grande concentração de notas mais altas nas regiões Sul e Sudeste, embora as regiões Norte e Nordeste apresentem expansão significativa.

Antônio Gomes Filho lembrou ainda que o sistema envolve cerca de meio milhão de pessoas, incluindo 330 a 340 mil pós-graduandos, 110 a 120 mil docentes e equipes técnicas e administrativas. Esse contingente tem a capacidade de formar, anualmente, cerca de 92 mil mestres e doutores.

Em 2024, foram titulados aproximadamente 26 mil doutores no Brasil. Para o diretor da Capes, o número é expressivo em termos absolutos, mas ainda insuficiente quando comparado proporcionalmente à população do país e a índices de nações da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Espaço para avançar

Apesar do déficit, o cenário é também uma oportunidade. Segundo o representante da Capes, há grande potencial de inserção de mestres e doutores em setores fora da academia, especialmente na indústria.

“Hoje, apenas 3% a 4% dos mestres e menos de 1% dos doutores atuam no setor industrial. Existe um espaço enorme para ampliar essa presença”, afirmou.

Ele ponderou, no entanto, que essa inserção não depende apenas do SNPG, mas também das reflexões e ajustes feitos pelos programas de pós-graduação. Para ele, é fundamental formar profissionais com perfis diferenciados, capazes de atender demandas estratégicas da ciência, da sociedade e do mercado.
“É papel da pós-graduação formar mestres e doutores com múltiplas habilidades, preparados para responder às necessidades do país”, concluiu.

Programação

A programação do encontro foi realizada durante todo o dia. Pela manhã, após a recepção dos participantes, ocorreu a abertura e, em seguida, a palestra online do diretor de Avaliação da Capes sobre “A avaliação da Pós-graduação stricto sensu para o ciclo 2025-2028”. No período da tarde, os trabalhos continuaram com a apresentação sobre o “Edital Capes Global – Internacionalização”, conduzida pela professora Cláudia Luciana Tolentino Santos (Núcleo Intercâmbio e Cooperação Interinstitucional – NIC/Unimontes) e pelo pró-reitor Marlon Cristian Toledo Pereira. Após intervalo para coffee break, o workshop foi encerrado com uma discussão sobre “Planejamento Estratégico e outras atividades”.

Fotos: Ascom Unimontes

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