Uma artéria gigante resume como o organismo reage após se acometer da Doença de Chagas
(Foto: Andrey Librelon)

A partir desta quarta-feira (24 de julho), será a vez de Montes Claros receber as ações relacionadas ao diagnóstico, cuidados preventivos e às novas formas de tratamento da Doença de Chagas, com a montagem do “Expresso Chagas 21”, no campus da Unimontes. A iniciativa é gratuita para visitação da comunidade em geral e tem como principal objetivo dar maior visibilidade ao enfrentamento da doença e ao direito à saúde dos portadores que demandam atenção.

As atividades serão nas salas de aula do prédio 2 – do Centro de Ciências Humanas (CCH). Na quarta-feira (24), a programação em Montes Claros acontece de 13h às 17h, e prossegue até sexta-feira (26/07), das 9h às 12h, com debates, exibição de pôsteres e vídeos, além de oficinas e intervenções culturais, como cinema e apresentações musicais.

O “Expresso Chagas 21” é um projeto gratuito que tem a Universidade Estadual de Montes Claros como parceira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Rio), Associação Rio Chagas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fiocruz Minas – promotoras da iniciativa. A primeira cidade a receber o projeto foi Grão Mogol, onde as atividades aconteceram entre quinta-feira (18/07) e sábado (20/07) durante o IV Festival de Inverno – organizado pela Unimontes. Em seguida, foi a vez da visita a Espinosa, na segunda e terça-feira.

LASSANCE

Depois de Montes Claros, no dia 27, haverá atividades no município norte-mineiro de Lassance, onde o pesquisador Carlos Chagas descobriu a Doença de Chagas em 1909, realizando estudos em laboratório improvisado em um vagão de trem. Na sequência, o “Expresso” chegará a Belo Horizonte: dias 28 e 29 de julho na UFMG, dentro da programação do XXVI Congresso Brasileiro de Parasitologia.

No formato do “Expresso Chagas 21”, as atividades acontecem de maneira lúdica, envolvendo ciência, arte e cinema. Inspirada em uma locomotiva com vagões sequenciados, as salas de aula do prédio 2 da Unimontes serão transformadas em laboratórios para a visita interativa de crianças, jovens e adultos da comunidade em geral, com todos os detalhes sobre a Doença de Chagas. Os trabalhos são conduzidos por 50 pesquisadores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

COMO É

Os visitantes receberão uma espécie de passaporte, que funcionará como senha para acesso a cada um dos laboratórios. Os seis espaços foram divididos por temas. No primeiro deles a pessoa poderá conhecer mais sobre a Associação dos Portadores de Chagas e detalhes do médico e cientista Carlos Chagas, com a apresentação de sua biografia.

No segundo laboratório/vagão, intitulado “O parasito e o Barbeiro”, serão instalados microscópios para a identificação do parasito que causa a doença de Chagas e o barbeiro, além de pequenas palestras sobre como é feito o diagnóstico e tratamento da doença. Existe, ainda, a possibilidade de coleta de sangue para diagnóstico da doença.

O terceiro espaço conta uma artéria gigante e a população poderá conhecer como o organismo reage a partir da doença, além de oficinas de desenho, brinquedo e de música. Nos pacientes chagásicos, são acometidos o esôfago, coração e intestino, que aumentam de tamanho com o passar dos anos.
No quarto laboratório, o “Biodiversarte”, dicas sobre como evitar o contacto e a incidência dos barbeiros, simulação de uma casa infestada, quais os tipos de barbeiros predominantes em Minas Gerais e como coletá-los em caso de suspeita (os insetos não devem ser exterminados e, sim, recolhidos vivos e encaminhados ao posto de informação em triatomíneos para análise se estão contaminados ou não).

Nos demais laboratórios, os pesquisadores vão destacar quais os exercícios físicos ajudam a melhorar as condições de saúde para os portadores e quais são as terapias alternativas para doença (como a aromaterapia e a musicoterapia, dentre outras), além de divulgar as pesquisas atuais propriamente ditas e relatos e histórias de populares. O visitante poderá também fazer uma selfie com Carlos Chagas, um desenho inspirado em Carlos Chagas e avaliar como foi a experiência. “Diante das mudanças nos últimos anos sobre a incidência e as variáveis de barbeiros que se tornaram transmissores, diria que o estudo da doença de Chagas é um processo permanente de busca.

“O Expresso abrange propositalmente as cidades endêmicas com alto número de portadores e de barbeiros que estão infestando os domicílios e propõe encontrar as pessoas que estão na fase indeterminada da doença e, infelizmente, ainda não sabem que são positivas”, explica a professora doutora Thallyta Maria Vieira, uma das 20 integrantes da Unimontes na equipe do Expresso.

A Universidade Estadual de Montes Claros é representada no projeto por professores pesquisadores, bolsistas de iniciação científica do curso de graduação em Ciências Biológicas (licenciatura e bacharelado) e mestrandos e doutorandos do Programa Stricto sensu em Ciências da Saúde, com o apoio do projeto SAMI-TROP (tem como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre a doença de Chagas).

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