O campus da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) em São Francisco, Norte de Minas, organizará, na próxima sexta-feira (03/10), um Mutirão de Limpeza da orla do Rio São Francisco e de espaços públicos. O evento, que pretende reunir a população local, entre escolas estaduais, pescadores, igrejas, comerciantes, polícia ambiental e políticos, vai ocorrer a partir das 7h, na Praça dos Pescadores, bairro Quebra. A iniciativa faz parte das comemorações pelos 524 anos do Velho Chico.
Rio ameaçado
O Rio São Francisco, conhecido também como o rio da integração nacional, o rio do cerrado, da caatinga e do sertão, o rio do Brasil, o rio da transposição, que sofre e que precisa de uma solução, é considerado fonte de vida para a cidade que leva seu nome e para o país. Abastece o município, irriga plantações e mantém viva a biodiversidade, mas a poluição e o descarte desordenado de lixo ameaçam a existência desse curso d’água, pois prejudicam o desenvolvimento de peixes e plantas, além da saúde humana, afetada pela infestação de animais peçonhentos causadores de doenças, cujo habitat natural costuma ser justamente entulhos e mato.
Daí a importância da conscientização sobre a urgência de se evitar jogar lixo nas vias públicas, especialmente às margens do rio, participar de mutirões e incentivar a Educação Ambiental nas escolas.
O campus São Francisco realiza dois mutirões anuais em prol da preservação do Velho Chico: na semana do Dia de Defesa do Rio São Francisco, 3 de junho, no âmbito do projeto Vire Carranca, da Comissão da Bacia do Rio São Francisco, e no dia 4 de outubro, durante a semana de aniversário do rio.
Seminário
Na véspera do Mutirão de Limpeza, 02 de outubro, o campus São Francisco articula o evento ao Seminário de Meio Ambiente, que traz o tema central “São Francisco X Lixo: Um Rio e uma Cidade em Alerta Ambiental” e que acontecerá no próprio campus, às 8h. A Unimontes é representada no Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema) pelo professor Roberto Mendes e pelo acadêmico do curso de História, Gustavo Henrique.
Deverão estar presentes, além do Codema e de acadêmicos da Unimontes, representantes da Polícia Ambiental, Polícia Militar, Copasa, diretores de escolas, maçonaria, políticos locais, Emater e Instituto Estadual de Florestas (IEF), entre outros.
Relato oficial
No dia 4 de outubro de 1501, segundo informações da Agência Peixe Vivo, “expedição naval comandada por Américo Vespúcio, que descia parte da costa brasileira para reconhecimento, deparou-se com a imensidão da foz de um rio grandioso”. O encontro é considerado o primeiro relato oficial acerca do Rio São Francisco. A data de batismo escolhida pelos portugueses foi 4 de outubro, Dia de São Francisco. Já os indígenas da região chamavam o Velho Chico de Opará, vocábulo que representa a sua imensidão na etimologia tupi-guarani (Opará = rio-mar).
16 milhões de habitantes
O Velho Chico, conforme a Agência Peixe Vivo, possui 2.700 quilômetros de extensão; abrange as regiões do Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco, situadas nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. São 504 municípios, 16 milhões de habitantes (9,5% da população do país), distribuídos em 639.219 quilômetros quadrados de área de drenagem, com 168 afluentes.

