Dentre as sugestões, mais investimentos em ciência e tecnologia para ter competitividade e, ainda, para resgatar a participação da indústria na geração de empregos

A possibilidade de inserir a análise profissional ao ambiente acadêmico, especialmente no que se refere ao atual cenário econômico brasileiro e as propostas para políticas industrais consistentes, foi a tônica da XVII Semana da Economia da Universidade Estadual de Montes Claros. O balanço do evento, realizado no formato virtual durante cinco dias, foi apresentado pelos coordenadores nessa segunda-feira (16/8).

Professora Tânia Cristina Teixeira, presidente do Corecon de Minas Gerais (Divulgação)

A participação da presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), no último dia de evento (13/8), foi outro ponto de destaque. A professora Tânia Cristina Teixeira destacou a oportunidade que a iniciativa teve de abordar a relevância socioeconômica do profissional e a sua atuação nas diversas áreas que contribuem com o desenvolvimento do Estado e do País.

CONTROLE DE GASTOS E DESINDRUSTRIALIZAÇÃO

Entre os convidados do evento, o professor doutor Fernando de Aquino Fonseca Neto, que atua na UFPE, Tribunal de Contas do Estado (PE) e Banco Central do Brasil, fez uma explanação sobre a política econômica. “Apesar da necessária busca da eficiência e controle dos gastos, o mais importante neste momento é que a política do governo não seja contracionista e recessiva, sob pena de impedir a retomada do crescimento”, opinou o também titular do Conselho Federal de Economia (Cofecon).

Já o pesquisador Paulo Morceiro (FIPE/USP e FIESP) destacou a trajetória de desindustrialização do Brasil, que já era crônica na era pré-COVID-19. Segundo ele, a participação da indústria no PIB caiu de 27,3% em 1980 para 11,3% em 2018 e esta queda atinge de maneira mais intensa os setores de maior intensidade tecnológica e complexidade. Além de sugerir a necessidade em se aumentar investimentos em educação, saúde, segurança e infraestrutura, além da geração de emprego. “O setor industrial alcançou uma participação no emprego de 16,1%, caindo para apenas 11,8% em 2015”, justificou.

Professor Paulo Morceiro contextualizou a queda da participação da indústria no número de empregos e na participação do PIB brasileiro (DIVULGAÇÃO)

Em outra mesa de trabalho no evento, o ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina Diniz, e a economista Eleonora Cruz Santos, diretora da Fundação João Pinheiro (FJP), sugeriram a ciência e tecnologia como prioridade para avanço socioeconômico do Norte MG.

RESUMO – Iniciada no dia 9 de agosto, com 40 grupos de trabalho e sete minicursos, a Semana da Economia/Unimontes teve a organização do curso de Ciências Econômicas, Departamento de Economia e pelo mestrado em Economia – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial (PGDEE). A professora aposentada Luciene Rodrigues, primeira docente da Unimontes a receber o título de doutora, foi a homenageada neste ano.

“As discussões contemplaram diversos aspectos do cenário atual. Ficou evidente a necessidade de se buscar um processo de planejamento, que contemple curto, médio e longo prazos, bem como promover uma política industrial consistente”, afirma a professora Maria de Fátima Rocha Maia, chefe do Departamento de Economia da Unimontes, ao justificar a escolha do tema central: “Retomada do crescimento e promoção do desenvolvimento: perspectivas para o cenário atual”.

Em tempos de pandemia, a professora destaca que a proposição dos organizadores foi de rever “os grandes desafios postos aos países, entre os quais a reconstrução das suas economias, a preservação dos direitos e a promoção de políticas que assegurem, de forma continuada, os avanços sociais”.

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