Na noite de terça-feira (28/03), foi realizada a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (mestrado) em Geografia (PPGEO) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) referente ao ano de 2023. O evento, realizado no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH), no campus-sede.
O Mestrado em Geografia da Unimontes conta com cerca de 60 acadêmicos, dos quais 20 ingressaram no programa neste ano. Além desses, a aula inaugural contou também com a participação dos alunos do curso de graduação (bacharelado e licenciatura) de Geografia da Universidade.
Na oportunidade, foi apresentada a palestra “Produtos agroartesanais como símbolos da cultura norte-mineira: o circuito geográfico dos alambiques“. A palestrante foi da professora a Angélica Borges dos Santos, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMHG) de Januária.
A professora Angélica Borges dos Santos é graduada em Geografia e tem cursos de mestrado e doutorado na área pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Durante a palestra, ela abordou questões como a valorização dos saberes tradicionais, a importância da preservação da cultura local e o papel dos produtos agroartesanais como patrimônio cultural imaterial da região.
A palestrante discutiu ainda sobre o circuito geográfico dos alambiques, apresentando os produtos agroartesanais e sua regionalização e “as territorialidades do Norte de Minas”. Ela mostrou como os produtos agroartesanais são produzidos, fazendo um resgate da história e da identidade cultural dos municípios da região norte-mineira, sobretudo, por meio da produção artesanal das comunidades locais a partir de uma abordagem geográfica.
“A aula inaugural é um momento de encontro entre as teorias e a empiria nas pesquisas geográficas. Nesse sentido, salientamos que as reflexões propiciam novos olhares e recortes para as pesquisas atuais e vindouras no âmbito do PPGEO da Unimontes”, afirma o professor Gustavo Henrique Cepolini, que, neste mês, assumiu a coordenação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Geografia.
“O tema abordado na nossa aula inaugural reflete a produção agrícola no Norte de Minas para além dos dados socioeconômicos”, afirma o professor Gustavo Cepolini.
“Ou seja: analisou-se algumas práticas, identidades e territorialidades inerentes à produção da cachaça artesanal e da rapadura a partir das comunidades rurais que a produzem tradicionalmente e são reconhecidas como um patrimônio material e imaterial regional, bem como em outros circuitos em escala estadual, nacional e até internacionalmente”, observa o coordenador do PPGEO.
“Em síntese, temos uma Cartografia do circuito geográfico dos alambiques no Norte de Minas em constante construção”, conclui Gustavo Cepolini.