Ações que transformam o conhecimento teórico/prático adquirido pelos alunos dos cursos ministrados pela Unimontes em benefício para a comunidade. Assim foi o projeto “UnirMontes”, realizado nessa quinta-feira (16/08), na Praça Doutor Chaves (Praça da Matriz), uma das áreas mais movimentadas do centro de Montes Claros. Entre a manhã e a tarde, os 50 acadêmicos voluntários atenderam 1.905 pessoas, segundo números da Coordenadoria de Apoio ao Estudante (CAE), da Pró-Reitoria de Extensão e responsável por todas as ações do projeto.
Entre os serviços disponibilizados aferição de pressão arterial, testes de glicemia, orientações sobre serviços jurídicos, previdenciários e de assistência social, rua de lazer, shows musicais, massagem terapêutica, gincanas, orientações sobre o controle do diabetes, hipertensão e obesidade e distribuição de kits odontológicos. O público pode acompanhar, ainda, a exposição de taxidermia com animais do Biotério da Unimontes.
Junto ao “UnirMontes”, foi realizada Blitz Solidária, com a participação dos calouros dos cursos do campus-sede. Entre as atividades, uma campanha para a comunidade como conscientização sobre a importância de ser um doador de sangue. À noite, no Casarão da Fafil, os novos alunos da Unimontes acompanharam o lançamento da 2ª Unicalourada/2012, como parte da programação do projeto “A Gosto da Unimontes”.
ESTREIA COMO VOLUNTÁRIA
No 3º período do curso de Medicina, Danielle Gomes atuou pela primeira vez como voluntária em um projeto solidário da Unimontes. “Sempre tive interesse, mas não encontrava uma oportunidade. Uma experiência muito válida porque você vivência outros ambientes e aplica na prática o que aprendemos no curso”, analisa.
A futura médica espera ser selecionada para a próxima edição do projeto Unimontes Solidária, que compreende em visitas no período de férias letivas de equipes da Universidade a cidades com o IDH abaixo da média do Estado.
“Uma iniciativa como essa é extremamente positiva e poderia acontecer sempre que possível. Não é todo dia que podemos sentar em uma praça para cuidar da saúde”, disse a educadora social Anilde Dias de Paula. Ela confessa que não fazia o controle da pressão arterial há cinco meses. “A última vez que conferi foi em março e estava alta. Agora, está sob controle: 12 por 8”, completou.
Aos oito anos, a estudante Karinne Fernandes foi convidada para ser uma das monitoras na oficina de saúde bucal. Com um molde de dentes nas mãos, ensinava aos colegas como deve ser feita a escovação. “Eu já sabia como era, mas aqui os “tios” (acadêmicos do curso de Odontologia) me ensinaram que eu devo ter mais cuidado e usar também o fio dental”, disse a aluna de oito anos, da 3ª série da Escola Estadual Carlos Versiani.
Ao invés da cama elástica, das brincadeiras de rua ou mesmo da pequena aula sobre os dentes, João Pedro Gonçalves de Jesus, de seis anos e da mesma escola, mostrou-se mais interessado com a exposição de taxidermia que os alunos e professores do curso de Ciências Biológicas da Unimontes levaram para a Praça Doutor Chaves. Absolutamente envolvido com os animais empalhados, permaneceu por mais de vinte minutos junto ao estande para ver micos, cobras, aves, jaguatiricas, além de insetos. “Já vi onça e cobra no zoológico. Tenho medo não”, disse o garoto, depois de “encarar” uma cobra jararacuçu empalhada.
BIOTÉRIO
O professor Vicente Ferreira de Almeida, coordenador do curso de Ciências Biológicas (bacharelado) e que leciona as disciplinas de Biologia Celular e de Zoologia, é também o responsável pelo Biotério da Unimontes. Ele explica que o espaço conta atualmente com 140 animais empalhados de pequeno, médio e grande porte, que chegaram à Universidade a partir de doações do Ibama e da Polícia Florestal – vítimas de atropelamento, caçadores ou mesmo que morreram durante o tráfico de animais.
O trabalho de taxidermia consiste na conservação dos animais mortos com produtos químicos e retirada das vísceras com a substituição por algodão e/ou palha, que é feita pelos próprios acadêmicos como atividade curricular. “Temos no Biotério cerca de 300 outros animais para serem empalhados”, observa o professor.