A emblemática Capitu – talvez a mais conhecida personagem da historiografia da nossa literatura, cometeu ou não adultério? Traiu ou não Bentinho? Inspirados nesta dúvida, e após semanas de preparação, a partir da leitura atenta e análise da obra “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, acadêmicos do 5º período (vespertino) de Letras Português da Unimontes apresentaram, no dia 2 de dezembro, no Auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, o júri simulado encenando o julgamento de Capitu, personagem da memorável narrativa publicada pela primeira vez em 1899.

A atividade fez parte do trabalho final da disciplina “Literatura Brasileira II”, ministrada pela professora doutora Rita de Cássia Silva Dionísio Santos, do departamento de Comunicação e Letras. O objetivo da atividade foi o estudo e a aproximação do estilos literários romantismo e realismo. “Como atividade de fechamento do semestre, os acadêmicos de Letras foram desafiados a elaborar uma atividade cujo propósito fosse o de tornar o estudo do clássico sedutor para jovens adolescentes com os quais os professores em formação trabalharão na Educação Básica”, destaca a professora.

ROTEIRO E PÚBLICO

A turma se juntou na proposição de um roteiro que adaptasse a narrativa para o formato de um júri no qual a emblemática Capitu, uma das mais conhecidas personagens da literatura brasileira, seria julgada: teria ela cometido ou não adultério?

A simulação teve como resultado a absolvição de Capitu. Na opinião da professora Rita de Cássia, a proposta dos alunos demonstrou o comprometimento e a criatividade dos acadêmicos de Letras. “Eles extrapolaram em muito as expectativas. Mas as controvérsias continuarão. É preciso que cada leitor mergulhe na obra para tentar encontrar suas próprias respostas”, comenta a professora.

Um público diversificado, composto por acadêmicos dos cursos de Letras Português, História, Ciências Econômicas e Filosofia acompanhou a apresentação do júri com personagens interpretados pelos acadêmicos (Bento Santiago), por Gustavo Henrique Rodrigues Antunes e (Maria Capitolina Santiago), por Jenifer de Arruda Medeiros. Neylon Gabriel Melo Batista representou a promotoria e Mariane Silva Gerônimo, a defesa. A acadêmica Anne Kewry Silva Fernandes assumiu o posto de juíza. Também desempenharam outros papéis da narrativa os acadêmicos Alysson Jorge Alves de Andrade, Giovana Oliveira Silva e Victória Carvalho Gonçalves Dias.   

Como forma de garantir a imparcialidade e a interação do público com o júri, foram sorteados cinco acadêmicos entre os expectadores para avaliarem a causa de Capitu: Dereck Lima Costa, Wedson Martins da Silva Filho, Jarbas Vinicius Mendes Madureira, Daniela Borges e Tereza Cristina Santos.

Para a acadêmica Victória Carvalho Gonçalves Dias, “a experiência foi grandiosa e enriquecedora para todos os alunos envolvidos na elaboração e apresentação do trabalho”. O júri simulado proporcionou momentos de descontração e envolvimento de acadêmicos e professores, além da ampliação dos conhecimentos literários (teoria, crítica e historiografia) e busca de fundamentação para a abordagem jurídica necessária para o julgamento.

Outro fator relevante destacado pela professora foi a possibilidade da aquisição de competências da oralidade, “especialmente por se tratar da formação de futuros docentes”, finalizou.

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