Promover experiências diversas a partir de modos de vida, histórias locais e regionais. Foi assim que estudantes do curso de História do Campus São Francisco da Unimontes conheceram de perto o Quilombo Buriti do Meio, localizado em São Francisco-MG. A visita técnica, que aconteceu na primeira quinzena de novembro, está relacionada às disciplinas de História da África e Cultura Afro Brasileira, ministrada pela professora Filomena Luciene Cordeiro Reis e História de Minas, pela professora Bárbara Souto Figueiredo. A visita compõe parte do currículo do curso de História da Universidade.  Foi dividida em duas etapas.

As professoras contam que os estudos e as temáticas debatidas, bem como os currículos escolares e as demandas educacionais atuais, procuraram um método mais real de trabalhar, propondo um estudo específico. O trabalho de campo foi realizado em dois momentos: o primeira contemplou leituras e estudos acerca do Quilombo Buriti do Meio, privilegiando pesquisas das pós-graduações da Unimontes: a dissertação de mestrado em História de Susi Karla Almeida Santos intitulada “A gente não tinha nenhum direito a nada”: representações sobre quilombos e remanescentes de quilombolas, e de Wanderlei de Berto Aguiar, “Não “tínhamos conhecimento nenhum”: a voz ativa e política das mulheres quilombolas da comunidade Buriti do Meio – Norte de Minas Gerais”, do mestrado em Desenvolvimento Social.

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Ainda conforme o cronograma de trabalho, a segunda etapa consistiu na visita técnica ao Quilombo, consolidada com a partilha de informações históricas, cuja protagonista foi a dona Maria das Neves, matriarca e griot (indivíduo que tem por vocação preservar e transmitir as histórias, conhecimentos, canções e mitos do seu povo) da comunidade quilombola. “Os estudantes e professores que já haviam estudado sobre o Quilombo, em uma roda de conversa debaixo de árvores com D. Maria das Neves, trocaram experiências, sobretudo de vida. Muitos se identificaram com a história do Quilombo, reconhecendo sua ancestralidade”, descreve a professora Filomena Luciene Cordeiro Reis.

Durante a conversa, os membros da comunidade quilombola explicaram e demonstraram como produzem seus artesanatos de argila e dominam as técnicas para elaboração de peças diversas, utilitárias e decorativas, uma das fontes de renda do lugar. Além do artesanato, os quilombolas também apresentaram aos estudantes ritmos que relembram as origens africanas.

“Promover eventos científicos é uma oportunidade indispensável para o crescimento intelectual dos estudantes e professores. Eles proporcionam a concretização do processo ensino e aprendizagem, fazendo uma aliança entre teoria e prática. A visita técnica visou conhecer, estudar e apreender acerca da história local, procurando conhecer a realidade que envolve os educandos e oferecendo-lhes uma educação diferenciada, objetiva e de qualidade, buscando sempre os privilegiar a prática”, comentam as professoras.

Luciene Ferreira dos Santos, estudante do 8º período de História, compartilhou sua alegria em encontrar seus ancestrais, assim como a estudante Geovana Alves Pinto, que relatou sua imersão ao grupo por meio da ancestralidade do namorado. “Foi um momento oportuno para agradecimentos e considerações, a partir das leituras e vivencias nesse dia com os quilombolas” conta a acadêmica.

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