Na infância, quem nunca se identificou como autor, professor ou escritor que atire a primeira pedra. Com o avançar da idade, chegam as responsabilidades, mas os sonhos permanecem e são concretizados processualmente. Esta tem sido a máxima para o acadêmico Sávio Lopes, do 10º período do curso de Direito da Unimontes, que acaba de lançar sua segunda obra em 2015. O livro “Retinas de Cada Tempo” (Millenium, 188 páginas) é apresentado sete meses depois de sua publicação de estreia: “Variações de Sentido” (Millenium, 176 páginas). 

Contente pelo amadurecimento na escrita e no modo de enxergar a literatura a partir de referenciais nacionais e internacionais (cita Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa, por exemplo), Sávio Lopes lembra que começou a escrever aos 11 anos. Natural de Montes Claros, cursou o ensino fundamental na Escola Estadual Professora Helena Prates e lembra-se da importância da educação básica nessa, até então, aventura pela escrita – especificamente pela poesia. 

Uma paixão, conta o jovem escritor, que participou da antologia “Jubileu de Ouro da Unimontes”, publicação comemorativa dos 50 anos da instituição. “Foi a partir dali que pensei em escrever mais. Escrever para mim, além de uma paixão, é um desabafo, uma terapia, uma maneira de conversar sozinho”, confidencia. 

Foi ainda na adolescência que melodias, letras profundas e existenciais – como define o autor – de Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii), Legião Urbana, Pink Floyd e Red Hot Chili Peppers tocaram profundamente o acadêmico de Direito. “Já escrevia aos 11 anos, contudo não arquivava meus textos. Quando iniciei o curso de Direito na Unimontes já tinha 15 textos guardados. A partir destes, publiquei “Variações de Sentido” em abril último”, lembra. 

Títulos 

“Variações de Sentido” não cumpre nenhum ritual literário. Apesar da variedade temática, confessa o autor, “o texto contém poemas ao estilo literário modernista. Não segue o rigorismo clássico”. Segundo ele, os textos são de versos livres e temáticas variadas. “Variações de sentido estão ligada à razão da variedade temática e da subjetividade da maioria dos textos, possibilitando, assim, interpretações múltiplas”, confessa. 

Preocupação que é observada na segunda publicação, “Retinas de Cada Tempo”, que chama a atenção já pela construção do tema na capa do livro. Um convite ao leitor. “Este, sim, é um novo momento por conta da carga de subjetividade e por questões metafísicas, existenciais. A maturidade se deu, além de um interesse crescente por questões metafísicas, sociais e existencialistas, pela maior preocupação em construir textos sempre dotados de função poética, marcados pelo ritmo, musicalidade, figuras de linguagens e, às vezes, rima”, explica. 

“É interessante ressaltar a importância do prefácio, pois busquei destacar a função literária, escrevendo um texto que tivesse os elementos da literatura tais como rima, metáforas, metalinguagem e antítese. Essa última, considero a mais utilizadas na obra. Há também poemas de saudades, lembranças, onde recordo momentos e pessoas no passado”, pondera o autor. 

Sobre ter ou não referenciais, o autor sugere que é importante ter autenticidade sobre a criação de cada texto, sem esquecer, claro, dos mestres da escrita. Tudo indica que o acadêmico promete novas viagens pela poesia em 2016, já que prepara a terceira obra a ser publicada em 2016. 

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