Proposta de mais avanços na área da pesquisa e saúde da população
A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) sedia , nos dias 9 e 10 de novembro, o curso sobre Boas Práticas de Manejo de Morcegos que foi desenvolvido através parceria com a Prefeitura de Montes Claros, e com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Montes Claros , da Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais com apoio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav) e Sociedade Brasileira para os Estudos de Quirópteros (SBEQ).
A abertura oficial foi realizada nesta quinta-feira (09/11), no auditório do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Unimontes (CCBS) e contou com presença da pró-reitora de Pesquisa, professora Maria das Dores Magalhães Veloso; da coordenadora de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes; da diretora de Vigilância em Saúde do município de Montes Claros, Maria Clara Lélis Ramos Cardoso; do coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros; Geraldo Assis Soares Guimarães e do assessor técnico de defesa sanitária animal da Coordenadoria Regional do IMA de Montes Claros do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o médico veterinário Guilherme Antunes Vieira dos Reis.
A coordenadora do Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (LADIP – Unimontes) e coordenadora do curso, professora Thallyta Maria Vieira falou sobre os propósitos desta capacitação. “O curso tem como propósito atualizar as práticas de controle e manejo de morcegos, contribuindo para as ações de prevenção e controle da raiva tanto em áreas rurais quanto urbanas, baseando-se nos novos conceitos de boas práticas no manejo desses animais. Além disso, o curso incentivará a formação de uma rede de colaboração voltada para a vigilância e educação em saúde, envolvendo municípios, o Instituto Mineiro de Agropecuária, a Superintendência Regional de Saúde e a comunidade.”
Ela também explicou que o curso terá partes teóricas e de com isso irá impactar na qualidade de vida e saúde da população. “Com a parte prática poderemos desenvolver mais pesquisas e resultados na área da Saúde. A participação da Unimontes foi fundamental para conseguimos unir todos os “elos” pela primeira vez, para assim contribuir para que o serviço estabeleça novas políticas públicas mais eficientes e possam beneficiar ainda mais a população”, explicou a professora e pesquisadora Thallyta Maria Vieira.
A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, também destacou a importância da atualização. “O curso é de grande relevância para que agentes municipais de controle de endemias e dos técnicos de controle agropecuário do IMA possam receber essa atualização e tirar suas dúvidas principalmente nas aulas práticas. Também é importante considerar que, nos últimos anos, tem aumentado a notificação de morcegos com o vírus da raiva no Norte de Minas.”
A primeira palestra com o tema daremos início a palestra “Morcegos: vilões ou vítimas?Tudo o que você sempre quis saber sobre morcegos, mas não tinha para quem perguntar” foi ministrada pelo Coordenador de Táxon para a Avaliação do Status de Conservação das Espécies de Morcegos do Brasil e presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros, professor Enrico Bernard.
Enrico Bernard é graduado em Ciências Biológicas, mestre em Ecologia e doutor em Biologia. Atualmente é professor Associado ao Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco em Recife, onde coordena o Laboratório de Ciência Aplicada à Conservação da Biodiversidade.
Segundo a SES-MG, entre 2018 e setembro deste ano, foram realizados 858 testes para a detecção da raiva em morcegos capturados em municípios da área de atuação da SRS Montes Claros. Desse total, 27 testes foram positivos para a doença, sendo que 23 casos aconteceram entre 2021 e setembro deste ano.
Programação
Sexta-feira (10/11), a partir das 9 horas, os veterinários Milton Formiga, Joel Fontes de Souza e Gilberto Ramalho Ferreira participarão de debate sobre “Morcegos e Saúde Única”.A partir das 13 horas, a referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Amanda de Andrade Costa, falará sobre atendimento antirrábico humano. Em seguida, haverá debate sobre as boas práticas de captura e manejo de morcegos e, a partir das 17 horas, será realizada a segunda aula prática.
A doença
A Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais informa que a raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós-exposição ao vírus. A doença é transmitida às pessoas pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais.
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.
Pode ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados ou convulsões.