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Unimontes sedia 1ª Jornada de Pesquisas em Doenças Tropicais Negligenciadas

By Ascom Unimontes

December 11, 2023

Nesta sexta-feira (09/12), a Universidade Estadual de Montes Claros, por meio do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS-Unimontes) realizou a 1ª Jornada de Pesquisas em Doenças Tropicais Negligenciadas que faz parte do Projeto Nacional Cuida Chagas. O evento contou com a presença do vice-reitor e superintendente do Hospital Universitário Clemente de Faria (HU-Unimontes), professor Dalton Caldeira Rocha; o diretor da Diretoria de Desenvolvimento Acadêmico do HU-Unimontes, Henrique Andrade Barbosa; a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, bem como professores, servidores, acadêmicos e convidados.

O principal objetivo é fomentar o intercâmbio discente bilateralmente, fortalecer a atenção especializada ao portador de Doença de Chagas e promover novas parcerias e pesquisas.

Vice-reitor da Unimontes e superintendente do HU-Unimontes, Dalton Caldeira Rocha – Foto: Ascom Unimontes

O vice-reitor e superintendente do Hospital Universitário Clemente de Faria (HU-Unimontes), professor Dalton Caldeira Rocha, ressaltou a importância da pesquisa e a  aproximação com a comunidade. “Fico muito feliz em ver o resultado dessas ações que traduzem o papel da universidade tendo caminhado neste ano, no sentido de conseguir ampliar o atendimento e a pesquisa e trazer também, esse relacionamento mais próximo da população com o ensino superior. E também, seguir com um projeto que pode resultar em um Centro de Estudos da Doença de Chagas com reconhecimento internacional.”

A programação do projeto compreende uma diversidade de atividades científicas, abrangendo tanto aspectos teóricos quanto práticos. Incluem-se reuniões científicas, rodas de conversa com indivíduos afetados pela doença de Chagas, apresentação de dados, visita ao Ambulatório de Chagas para discussão de fluxos, e inspeções em domicílios rurais para a coleta do inseto vetor. Essas iniciativas interligadas proporcionam uma abordagem integral e investigativa, ampliando a compreensão da temática dentro do contexto da saúde única.

A jornada foi realizada no auditório do Centro de Ciências Humanas da Unimontes (CCH Unimontes) com participação do médico infectologista e coordenador do Ambulatório de Pesquisa de Chagas do HU-Unimontes, professor Luciano Freitas. “O Ambulatório de Chagas é essencial para o tratamento da população com a doença de Chagas, considerando-se que são pessoas prejudicadas por essa doença que tem um alto índice de mortalidade. Outro fator importante são as pesquisas realizadas sobre a doença.”

A vinda dos pesquisadores espanhóis é parte das ações estratégicas promovidas em conjunto com os professores do PPGCS Unimontes, sob a coordenação das professoras Dra. Ariela Mota e Dra. Thallyta Maria, e do professor Luciano Freitas, do departamento de Clínica Médica da Unimontes.

Também foi apresentado o fluxograma de atendimento do Ambulatório de Chagas pelas pesquisadoras Sâmara Leite, Amanda Lacerda e Ingredy Santos do Projeto SaMI-Trop que tem como principal objetivo oferecer um atendimento médico especializado aos portadores da doença de Chagas. O serviço é ofertado no Ambulatório de Chagas da Unimontes, que funciona no Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves (CAETAN) do Hospital Universitário HU-Unimontes. O ambulatório foi implantado pelo SaMi-Trop, com o apoio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros.

Fotos: Ascom Unimontes

O pesquisador espanhol da Unidade de Medicina Tropical, do departamento de doenças infecciosas do Hospital Universitário Vall d´Hebron em Barcelona, Israel Molina, participou do evento que faz parte do Projeto Cuida Chagas que acompanha as pesquisas no norte de Minas e em outras regiões do país, falou sobre a importância do projeto. “Este ambulatório está gerando uma atenção médica de alto nível para dar respostas rápidas aos pacientes de uma região altamente endêmica de Chagas e está proporcionando uma grande mudança na vida das pessoas. Além de dar a melhor atenção médica de qualidade, está virando um ponto de referência de pesquisa para todo o país.”

Os Seminários de Internacionalização estão sendo viabilizados pelo Programa de Excelência Acadêmica – PROEX da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES

PROJETO CUIDA CHAGAS 

O projeto CUIDA Chagas “Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a doença de Chagas” deu início a suas atividades de campo no Brasil em evento promovido na Universidade Estadual de Montes Claros em julho de 2023.

Foi realizado o lançamento do estudo de validação, pesquisa que busca definir e avaliar um algoritmo de testes rápidos para diagnóstico da doença de Chagas. O estudo é liderado pela Fiocruz, com o apoio técnico da organização não-governamental internacional FIND (Aliança global para diagnóstico) e executado em parceria com a Unimontes.

A paciente Tereza M.L.T, é portadora da doença de Chagas e está inserida no projeto de pesquisa e é atendida no Ambulatório de Chagas do HU-Unimontes. “Recebo um ótimo tratamento, totalmente gratuito e digo às pessoas para procurarem o tratamento que é muito importante e melhora nossa qualidade de vida”, completa a paciente.

O Cuida Chagas é uma iniciativa internacional financiada pela Unitaid, co financiada pelo Ministério de Saúde do Brasil e liderada pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O projeto conta com o trabalho de equipes multidisciplinares em quatro países: Bolívia, Brasil, Colômbia e Paraguai. Sua investigadora principal é Andréa Silvestre, cardiologista, servidora e pesquisadora do INI e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A doença de Chagas é uma doença tropical negligenciada que afeta principalmente populações vulneráveis da América Latina. Porém, sua abrangência é global, estando presente no mundo todo.

O diagnóstico, o tratamento e o cuidado integral da doença de Chagas trazem benefícios importantes, incluindo a prevenção da transmissão vertical, a grande possibilidade de cura em bebês e crianças e o controle e redução da progressão para formas avançadas da doença em adultos. Todos esses benefícios podem ser adquiridos, observando-se cada contexto epidemiológico, implementando protocolos adequados, promovendo a conscientização social e incentivando um maior investimento público e privado direcionado à doença de Chagas.