A Universidade Estadual de Montes Claros desenvolve esforços para que o aumento de vagas no curso de Medicina seja incluído nos próximos processos seletivos, válidos para o ingresso na instituição no primeiro e no segundo semestres de 2014. Por decisão aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepex), as vagas oferecidas anualmente no curso médico da Unimontes serão ampliadas de 56 para 80 nos processos seletivos, em duas entradas.
O pró-reitor de Ensino da Unimontes, professor João Felício Rodrigues Neto, informa que a universidade adota todas as providências em relação aos ajustes e a criação da infraestrutura física e logística para que absorva o acréscimo de vagas e mantenha a qualidade do ensino. Uma das medidas necessárias é o ajuste do projeto pedagógico à ampliação de vagas.
Há necessidade ainda do aumento do corpo docente. Isto porque, pelo modelo do curso – de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), a turma é dividida em sub-grupos de sete alunos. Cada subgrupo recebe a tutoria de um professor. Entre outros investimentos, são feitas adequações nos laboratórios, salas de aulas e salas de tutoria.
A oferta das vagas observará o calendário dos dois processos seletivos e o PAES. Da mesma forma, será observado o cumprimento da lei estadual 15.259/2004, que institui o sistema de reserva de vagas com a seguinte divisão: 20% para afrodescendentes, 20% para egressos de escolas públicas (comprovadamente carentes) e 5% para pessoas com deficiência/indígenas.
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Com a aprovação do aumento do número de vagas para o curso de Medicina, a oferta de vagas em cada processo seletivo sofrerá alterações e passa a ser da seguinte forma: 11 vagas pelo sistema universal, 18 pelo sistema de reservas de vagas e 11 pelo PAES/Unimontes em cada entrada.
A decisão do Cepex foi baseada no estudo para a viabilidade do acréscimo de vagas, realizado ao longo de 12 meses e que recebeu a aprovação pelo colegiado do curso de Medicina, após discussão e consulta à comunidade acadêmica. Houve também a aprovação do Conselho Departamental do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS).
O reitor da Unimontes, professor João dos Reis Canela, salienta que o aumento de vagas em medicina atende a uma demanda nacional. Ele também ressalta que, ao aprovar a medida, a instituição atende a uma reivindicação regional.
“A Universidade sempre esteve atenta às demandas da população das regiões onde está inserida. O aumento de vagas no nosso curso de medicina é pleiteado pela comunidade regional há algum tempo. Agora, a medida foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão porque, após a discussão com a comunidade acadêmica, houve o entendimento de que, a instituição atingiu um grau de amadurecimento e está preparada para a ampliação e garantir a qualidade do ensino na área médica”, afirmou João Canela.
O reitor ressalta que a instituição mantém o seu compromisso com a formação de recursos humanos para a área de saúde, visando também à garantia da qualidade da assistência oferecida à população. Ele lembra ainda que a Unimontes qualifica profissionais que atuam como docentes em cursos de medicina de outras instituições da cidade.
HISTÓRICO – O curso de medicina da Unimontes começou a funcionar em 1969, quando foi criada a Faculdade de Medicina do Norte de Minas (Famed), que era vinculada a então Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM). A antiga FUNM foi transformada na atual Universidade Estadual de Montes Claros por intermédio da Constituição Mineira de 1989.
Em 1994, com reorganização administrativa da instituição, o curso de medicina foi incorporado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), que conta também com os cursos de Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem e Odontologia.
Inicialmente, a universidade oferecia 40 vagas no seu curso médico. Em 1998, com a implantação do Programa de Avaliação Seriada de Acesso ao Ensino Superior (PAES), houve um aumento de 40% na oferta das vagas anuais do curso, que aumentaram para 56.
Ao longo de 44 anos de existência do curso de Medicina da Unimontes, já foram graduados na área 1.637 profissionais. A grande maioria deles atua nos municípios das regiões onde a universidade está inserida.