A Missão Internacional da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), após cumprir um roteiro em universidades na Bélgica, realiza visita a várias instituições de ensino superior na Alemanha. A iniciativa visa estabelecer parcerias e intercâmbio entre os dois países europeus e o Brasil. As atividades foram iniciadas em 4 de junho e serão encerradas neste sábado, também com objetivo de difundir o programa “Ciência sem Fronteiras”, do Governo Federal, do qual os dois países europeus fazem parte.
O professor João Felício Rodrigues Neto, coordenador do Núcleo de Intercâmbio e Coordenação Interinstitucional (NIC) da Universidade Estadual de Montes Claros, participa da comitiva como representante do reitor João dos Reis Canela. Após visitar a Universidade de Tübingen (Alemanha), ele salientou que os primeiros resultados positivos para a Unimontes e as demais universidades brasileiras com o intercâmbio na Bélgica e Alemanha estão, principalmente, nos contatos diretos com as instituições e seus dirigentes.
“A possibilidade de a Unimontes ter bolsistas em diversas instituições europeias faz parte de um trabalho pró-ativo da própria universidade para sensibilizar, divulgar e dar o suporte aos estudantes”, disse o coordenador. Ele frisou que “no caso da Unimontes está em estudos a possibilidade de oferta de cursos de língua estrangeira, sendo esse o maior desafio de todos os estudantes brasileiros. Ele adiantou que é intenção do governo brasileiro ofertar 100 mil bolsas, em 4 anos – somente na Alemanha serão 10 mil bolsas.
PRIORIDADE PARA ESTRANGEIROS
Segundo o professor, nos dois países a internacionalização tem sido ações prioritárias; por, isso, as portas estão sendo abertas para as instituições brasileiras. As universidades belgas e alemãs, completa o professor João Felício Neto, “têm, hoje, em média 15% de seu alunado em cursos de graduação, mestrado e doutorado formados por estrangeiros. Uma das exigências apresentadas aos acadêmicos de outros países está nos idiomas. Na Bélgica, para a graduação, é preciso saber falar e escrever em francês ou holandês; no mestrado e/ou doutorado é exigido o inglês, mas as universidades locais oferecem cursos internacionais”, disse.
O professor da Unimontes frisou também que “na Alemanha, na graduação, é necessário falar o alemão, enquanto que o inglês é exigido no mestrado e doutorado. Mas os alunos brasileiros que estudam na Alemanha sabem inglês e um pouco do francês ou holandês ou o próprio alemão e com dois a seis meses no país desenvolveram a língua necessária”.
O coordenador do NIC/Unimontes ressaltou que “o problema histórico, que é o financiamento, está superado com o programa federal Ciência sem Fronteiras. Os alunos de graduação que têm a oportunidade de seguir os estudos na Europa recebem bolsa de 880 euros por mês, mais seguro saúde e passagens aéreas”. No contato com acadêmicos brasileiros, o suporte financeiro do programa é compatível com o custo de vida dos próprios universitários nascidos nos países europeus.
A MISSíO
Composta por 29 integrantes – reitores e representantes de universidades de todo o Brasil – a Missão Internacional da Abruem, presidida pelo reitor João Carlos Gomes, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), já visitou 13 instituições de ensino superior na Bélgica nas cidades de Antuérpia, Gent, Liège e Mons, dentre outras. O roteiro de visitas passa ainda pela vizinha Alemanha em instituições como as universidades de Duisburg, Essen, Goethe (em Frankfurt), Stuttgart e de Tübingen. Os dois países estão inseridos no programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, e já evidenciaram sua disposição de estabelecer parcerias e convênios com o Brasil na área do ensino superior.