Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Unimontes forma os primeiros mestres em Letras/Estudos Literários

Gilson Neves (E) foi o primeiro mestrando a apresentar dissertação na pós-graduação Stricto sensu em Letras/Estudos Literários (Divulgação)

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) está formando a primeira turma de mestres em Letras/Estudos Literários. Recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (Capes), do Ministério da Educação (MEC), o programa de pós-graduação Stricto sensu iniciou as atividades em março de 2009.

O mestrado em Letras/Estudos Literários conta com 49 alunos matriculados, dos quais dezessete estão em fase final de conclusão de curso. O primeiro a apresentar a dissertação foi o aluno Gilson Neves, que desenvolveu o estudo “Machado de Assis e o Mito Antissemista – a genealogia como contraponto crítico ao estereótipo do judeu em Papéis Avulsos”. Os outros 16 alunos deverão apresentar as dissertações até março próximo.

“Por intermédio do mestrado, a Unimontes aprimora as habilidades dos docentes na aplicação da escrita e na interpretação de textos. Também contribui com o ensino da literatura na educação básica”, avalia a coordenadora do Programa em Letras/Estudos Literários, professora Telma Borges da Silva. “Além disso, o mestrado reforça a sensibilidade dos estudiosos no sentido de compreender melhor a literatura do mundo”, acrescenta. Ela destaca ainda a qualidade na produção das dissertações do mestrado.

“NOVA LINHA MACHADIANA”

O mestrando Gilson Neves defendeu sua dissertação em 31 de janeiro. Pesquisou a presença da genealogia como contraponto crítico ao mito antissemita e ao estereótipo na obra de Machado de Assis. O trabalho foi baseado em “Papéis Avulsos”, terceiro livro do escritor, lançado em 1882.

Em sua pesquisa, Gilson Neves reordenou a seriação dos contos de Papéis Avulsos, mostrando a existência de uma genealogia dissimulada pelo autor, que começa com os tempos míticos pós-diluvianos, passa pelo século XVI do cristão-novo Fernão Mendes Pinto; pelo século XVIII, com “O Alienista” e termina no século XIX, em narrativas que exploram abertamente o estereótipo do judeu. “A dissertação contribui para a abertura de uma nova linha de pesquisa da obra machadiana”, analisa o autor.