Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Unimontes entre as coordenadoras do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade


Professor Mário Marcos destaca que a pesquisa ajudará na oferta de um curso de pós-graduação sobre Biodiversidade (Fotos: Léia Oliveira – Manoel Freitas)

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) será coordenadora de umas das redes temáticas do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade – “Sisbiota Brasil”. Em nível nacional, foram aprovados 39 projetos, sendo somente três de Minas Gerais. Os trabalhos envolvem também as Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG) e de Pernambuco (UFPE) e visam além do intercâmbio entre pesquisadores e alunos, o fomento da investigação científica e a oferta de um curso de aperfeiçoamento em nível de pós-graduação.

Sob o tema “Biodiversidade e Regeneração Natural em Florestas Tropicais Secas Brasileiras”, a rede de pesquisadores da Unimontes, UFMG e UFPE receberá recursos da ordem de R$ 988.660,92. O valor é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O referido edital tem como objetivo “fomentar a pesquisa científica para ampliar o conhecimento, reforçando a compreensão sobre a biodiversidade brasileira, além de melhorar a capacidade preditiva de respostas às mudanças globais”.

Conforme o cronograma, os trabalhos foram iniciados em dezembro último e serão estendidos até o final de 2013, com atividades de pesquisa, extensão e divulgação nas comunidades locais, palestras em escolas localizadas nas áreas de estudo e a produção e distribuição de cartilhas e manuais. No que se refere à Unimontes, o projeto tem o caráter multidisciplinar, ao reunir pesquisadores dos departamentos de Biologia Geral, Ciências Sociais e de Saúde Mental e Coletiva.

RECONHECIMENTO

A escolha da Unimontes para coordenação da rede é um reconhecimento aos investimentos que são realizados pela instituição na investigação científica, em especial, ao seu trabalho desenvolvido na Rede Internacional Colaborativa de Pesquisas Tropi-Dry (do termo em inglês Tropical Dry Forests) no Brasil.

Criada em 2004, a “Tropi-Dry” conta com pesquisadores do Canadá, Estados Unidos, México, Costa Rica, Cuba, Venezuela e Brasil. O País é representado pela Unimontes e mais três universidades. Há quatro anos, a rede desenvolve o primeiro ciclo de estudos in loco nas Matas Secas do Norte de Minas, em Patos, município da Paraíba, e na região da Serra do Cipó, também em Minas Gerais, com previsão de término em junho de 2011.

A pesquisa reuniu dados importantes que revelam a necessidade de um acompanhamento mais profundo do processo de regeneração natural e um levantamento mais detalhado da biodiversidade nas Matas Secas brasileiras. Além da Unimontes, a rede Tropi-Dry conta com outras seis instituições de ensino superior: Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade de Alberta (Canadá) e Universidade Nacional Autônoma do México. Mais informações sobre a pesquisa da mata seca em .

AMPLIAÇÃO

”Os resultados do projeto com a rede Sisbiota reforçarão o que vem sendo feito pela rede Tropi-Dry”, analisa o professor do departamento de Biologia Geral da Unimontes, doutor Mário Marcos do Espírito Santo. Ele é o coordenador da rede de estudos Biodiversidade e Regeneração Natural em Florestas Tropicais Secas Brasileiras do Sisbiota. “O desenvolvimento das pesquisas paralelas aumentará sobremaneira o grau de conhecimento sobre o bioma da Mata Seca do Brasil, ainda pouco difundido no aspecto científico no Norte de Minas e no Nordeste do País”, acrescentou.

O professor Magno Borges, do departamento de Biologia Geral e que ministra a disciplina “Parasitologia” nos cursos de Ciências Biológicas da Unimontes, também integra o grupo de pesquisadores das redes Sisbiota e “Tropi-Dry”. Para ele, “a fauna e a flora norte-mineiras ainda são pouco documentadas, principalmente nas matas secas. Por isso, a importância destes recursos, que reforçam ainda mais a condição da Unimontes como referência para estes estudos na região e no País”.