Livro traz depoimentos e análises de representantes de movimentos sociais que protagonizam as situações de conflito e consequências dos projetos de desenvolvimento e das políticas ambientais de cunho restritivo
Em coedição com a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Universidade Estadual de Montes Claros por meio da Editora Unimontes publicou o livro Terra arrasada: desmonte ambiental e violação de direitos no Brasil, organizado pelas professoras Felisa Cançado Anaya (Unimontes), Deborah Bronz (Universidade Federal Fluminense) e Sônia Magalhães (Universidade Federal da Bahia). A obra será lançada no dia 24 de julho, às 18h30, na Praça de Serviços da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, durante a 34ª Reunião Brasileira de Antropologia, que inicia no dia 23 e segue até 26 de julho; e durante o VII Colóquio Internacional de Povos e Comunidades Tradicionais, que ocorrerá no campus-sede da Unimontes, entre os dias 9 e 13 de setembro.
No Prefácio do livro de 379 páginas, a professora Titular do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG, Andréa Zhouri, destaca que a obra é “uma compilação de trabalhos que expressam a vivacidade e a variedade das abordagens e dos temas com os quais o Comitê Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos tem se ocupado nos últimos anos”. Na verdade, continua Zhouri, “são trabalhos ancorados em experiências de campo em contextos diversos, a exemplo dos desastres da mineração, das áreas de garimpo, das disputas em torno da água, dos conflitos em unidades de conservação ambiental de proteção integral, dos processos de regularização fundiária e dos licenciamentos ambientais”.
Ela completa que o livro “traz ainda depoimentos e análises de comunitários e representantes de movimentos sociais, pessoas que protagonizam as situações de conflito e sofrem as consequências dos projetos de desenvolvimento e das políticas ambientais de cunho restritivo”. E, assim, “expressa, pois, uma marca importante do Comitê: o trabalho alicerçado na robustez etnográfica e na interlocução direta com aqueles alijados do planejamento hegemônico em nome do desenvolvimento. Evidencia, assim, o compromisso ético e metodológico de uma antropologia implicada nos processos socioambientais, pressuposto de sua expertise e do estatuto de uma ciência comprometida com a construção de um mundo mais justo e igualitário”.
A professora Felisa Cançado Anaya destaca trecho da orelha do livro. “Terra arrasada: desmonte ambiental e violação de direitos no Brasil registra os efeitos de um processo sucessivo de crises e devastação das políticas e dos direitos socioambientais no país. Reúne pesquisas etnográficas e relatos de experiências que fizeram parte das atividades promovidas pelo comitê Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos da Associação Brasileira de Antropologia.”Terra arrasada: desmonte ambiental e violação de direitos no Brasil pode ser acessado gratuitamente no link https://www.editora.unimontes.br/terra-arrasada/.