Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Teste do pezinho. Especialista do HU – Unimontes fala sobre a importância do exame

O Teste de Guthrie, popularmente conhecido como teste do pezinho, é um dos exames mais importantes da vida humana, pois é responsável por rastrear doenças, visualmente imperceptíveis, através de uma triagem biológica. O Ministério da Saúde informa que o Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) dispõe que o teste deve ser idealmente realizado entre o 3º e 7º dia de vida. Nunca antes de 48 horas de vida, pois os resultados podem não ser confiáveis.

O teste do pezinho é obrigatório e gratuito, no Brasil, desde 1992. A Lei Nº 23.554/2020 estabeleceu a obrigatoriedade do exame, em Minas Gerais.

O exame detecta seis tipos de doenças, sendo: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, deficiência de biotinidase, hiperplasia adrenal congênita, doença falciforme e fibrose cística. Dentre as seis, três se iniciam muito rapidamente.

Coleta do teste do pezinho, no HU – Unimontes.
Foto: João Paulo Antonini

De acordo com orientações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a data para a coleta do teste do pezinho foi preconizada entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, principalmente por causa do início muito rápido dos sinais e sintomas de três das seis doenças detectadas pelo Programa, como o hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita e fenilcetonúria.

O médico da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI-Neo), do Hospital Universitário (HU), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Maurício Marcelo Costa, explica que, “em Minas Gerais, além das seis apurações citadas, o Estado determina que a toxoplasmose congênita e os distúrbios de oxidação de ácidos graxos também sejam investigados”.

Falando sobre o procedimento do teste, o médico do HU – Unimontes aponta que “após furar o pezinho do bebê com uma lanceta, o sangue é colocado em um papel filtro e encaminhado para o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (NAPAD) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – instituição responsável pela gestão dos exames no Estado de Minas, com mais de 8 milhões de testes realizados -, onde são pesquisadas as doenças.

“Se o exame não for realizado no período recomendado, deve ser feito em até 30 dias após o nascimento”, completou o médico.

Aingrets Rodrigues Pereira, mãe da recém-nascida Maria Alice, foi atendida pela Maternidade do HU-Unimontes e a sua filha realizou o teste do pezinho nesta terça-feira (06/06). “O HU foi um hospital que fui recomendada a procurar e ganhei a minha filha aqui. Todo exame é necessário e o teste do pezinho é seguro, logo mais vamos ter alta. O atendimento daqui é muito bom e minha cesária foi muito bem sucedida também”, relatou Aingrets.

Maria Alice dorme tranquila no colo da mamãe Aingrets, após realização do teste do pezinho.
Foto: João Paulo Antonini

O NAPAD informa que, no ano de 2023, foram realizados 69.773 testes do pezinho, a perspectiva para o ano todo é de 167.455, conforme os cálculos; em 2022, 201.196 recém-nascidos foram triados, número 17% maior que o esperado para o ano corrente. No Hospital da Unimontes, entre abril e maio de 2023, 77 testes do pezinho foram realizados na Maternidade Maria Barbosa e na Atenção Primária/UTI-Neo, sendo encaminhados para o núcleo da UFMG.

Atualizações

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no ano de 2021, aperfeiçoou o PNTN, – através da Lei Nº 14.154/2021 – determinando uma relação mínima de doenças a serem detectadas e organizadas em cinco etapas distintas, dispostas da seguinte forma:

Etapa 1 – responsável por identificar fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; hipotireoidismo congênito; doença falciforme e outras hemoglobinopatias; fibrose cística; hiperplasia adrenal congênita; deficiência de biotinidase; toxoplasmose congênita.
Etapa 2 – responsável por identificar: galactosemias; aminoacidopatias; distúrbios do ciclo da ureia; distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos.
Etapa 3 – responsável por identificar doenças lisossômicas.
Etapa 4 – responsável por identificar imunodeficiências primárias.
Etapa 5 – responsável por identificar atrofia muscular espinhal.