Mulher de 37 anos foi a primeira paciente a passar pelo procedimento
A troca do plasma doente por um plasma de doador sadio. Esta é a explicação resumida para a Plasmaferese, procedimento inédito que foi realizado no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), no último sábado (2).
O método é aplicado depois de diagnosticado o distúrbio de Púrpura Trombocitopênica Tombótica (PTT) que envolve a formação de pequenos coágulos de sangue por todo o corpo e bloqueiam o fluxo de sangue para órgãos vitais, como o cérebro, coração e os rins.
Hematologista do HUCF, o médico Jose Alfreu Soares explica que a Plasmaferese é feita por equipamento específico. Não se trata de uma cirurgia, mas um procedimento parecido com a hemodiálise, em que ocorre a separação do plasma dos demais componentes do sangue.
“Utilizamos o mesmo aparelho de hemodiálise do HUCF que possui essa função. Para acontecer o procedimento é necessário uma avaliação, indicação e prescrição médica e um enfermeiro capacitado ligar a máquina na função de Plasmaferese. Todo o procedimento aconteceu com a colaboração da equipe multidisciplinar da UTI Adulto do HUCF, composta por médicos e enfermeiros”, explica o médico hematologista Jose Alfreu Soares Júnior.
Até então, este tipo de procedimento era oferecido no norte de Minas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) apenas no Hospital Santa Casa de Caridade de Montes Claros. Agora, o HUCF torna-se mais uma opção para oferecer a terapia aos pacientes que necessitam. E o melhor, somos o único 100% SUS a oferecer aos usuários este tipo de procedimento.
“Quando o paciente tinha a indicação de realizar este procedimento era necessário buscar a transferência para outra instituição habilitada. O problema é que na maioria dos casos é necessária a transferência com urgência, pois o paciente não pode aguardar muito tempo com o risco de evoluir para o óbito”, alerta o médico Alfreu Soares.
Assim como no primeiro procedimento, que não houve nenhuma intercorrência, a paciente tolerou bem e os exames começaram a mostrar melhoras. “Ela está estável, mas necessita ainda de cuidados médicos e mais sessões de plasmaferese para o controle da doença. Em média, são realizadas de cinco a 10 sessões de plasmaferese até a normalização do quadro clínico e melhora completa dos exames laboratoriais”, finalizou o hematologista.