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Seminário apresenta os trabalhos da Unimontes para viabilizar o Centro de Referência do Cerrado

By DTI

September 25, 2015

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com o apoio do Governo de Minas Gerais e parceiros, iniciou os primeiros passos para a construção do “Centro de Referência do Cerrado e das Tradições Sertanejas no Norte de Minas”. A iniciativa está inserida no Pró-Pequi – Programa Mineiro de Incentivo ao Cultivo, à Extração, ao Consumo, à Comercialização e à Transformação do Pequi e Demais Frutos e Produtos Nativos do Cerrado –, instituído por lei estadual.

A implantação do Centro de Referência foi um dos temas em discussão no seminário “Realidade Extrativista do Pequi e Frutos do Cerrado”, realizado na tarde dessa quinta-feira (24/9), no auditório do prédio 2, no campus-sede, dentro da programação do 9º Fórum de Pesquisa, Ensino, Extensão e Gestão (Fepeg) da Unimontes. O assunto foi abordado pelo professor Sérgio Avelino Mota Nobre, docente do departamento de Ciências Biológicas e conselheiro do Pró-Pequi. O professor Aloysio Rocha Vieira, do departamento de Administração, foi o mediador dos trabalhos.

Ele destacou a importância do programa, que tem como objetivo “integrar as populações que tradicionalmente exploram o cerrado no uso e manejo racional do bioma, numa perspectiva de sustentabilidade ambiental”. A iniciativa tem como propósito “apoiar as populações que tradicionalmente vivem e trabalham de forma sustentável no Cerrado e nas áreas de transição do cerrado com a caatinga, mediante incentivo as práticas de agroextrativismo”.

Durante o seminário, o professor Sérgio Avelino Mota Nobre relatou as ações desenvolvidas no período de 2013 a 2015 no âmbito do Pró-Pequi. Salientou que a Reitoria da Unimontes encaminhou ao Governo do Estado proposta para que seja inserido no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) o projeto de construção do Centro de Referência do Cerrado, orçado em R$ 2 milhões.

De acordo com o professor e conselheiro do Pró-Pequi, as próximas etapas serão: a elaboração do projeto arquitetônico, alocação dos recursos dentro do Orçamento Estadual e a escolha do local para a implantação do Centro de Referência do Cerrado. O professor Sérgio Avelino explica que a prioridade à construção da obra conta com os votos favoráveis dos nove representantes dos órgãos governamentais no Conselho do Programa Pró-Pequi, que conta, ainda, com nove representantes da sociedade civil – cooperativas, organizações não-governamentais (ONGs), dentre outros.

Conforme Sérgio Avelino, o Centro de Referência do Cerrado e das Tradições Sertanejas será um espaço multiuso. Além do departamento administrativo, a unidade contará com um setor cultural, destinado a encontro dos povos e tradicionais, onde também serão montadas exposições e oficinas sobre culinária, artes e habilidades das comunidades.

A construção terá um setor de extensão, pesquisa e inovação, espaço que será usado para oficinas sobre os sistemas de produção e para o desenvolvimento e transferência de tecnologias e práticas sustentáveis das comunidades tradicionais. O mesmo setor também contará com salas de documentação e biblioteca informatizada. O trabalho do Centro de Referência do Cerrado terá ainda uma estrutura de apoio, formada por laboratórios de universidades vinculados à unidade.

PESQUISA SOBRE BESOURO

Durante o seminário foi destacado o trabalho da Universidade Estadual de Montes Claros em prol da valorização do pequi e do extrativismo e no apoio às comunidades tradicionais. Esse reconhecimento foi manifestado pelo presidente do Núcleo Gestor da Cadeia Produtiva do Pequi e de Outros Frutos do Cerrado do Norte de Minas, José Antônio Alves dos Santos.

Ele ressaltou que a Unimontes desenvolve diversos projetos de pesquisa relacionados com o pequi e outros frutos do cerrado, contribuindo diretamente com a melhoria das condições das comunidades.

Na oportunidade, o vice-presidente do Núcleo Gestor do Pequi, José Correa “Zezo” Quintal formulou a entrega de documento à Unimontes, solicitando a realização de pesquisa sobre uma espécie de besouro que está destruindo pequizeiros do Norte de Minas. Conforme Zezo, a praga ataca as folhas e as flores da planta, impedindo a produção e destruindo os pés de pequi. Desta forma, tem causado prejuízos incalculáveis aos moradores da zona rural que catam o fruto no mato, especialmente nos municípios de Januária, Cônego Marinho e Bonito de Minas, à margem esquerda do Rio São Francisco.