Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Saúde da Mulher


Mulher servidora ganha hotsite exclusivo sobre saúde

A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, através da Superintendência Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional, criou um hotsite voltado exclusivamente para a mulher servidora. O objetivo é permitir o maior número possível de participantes no programa.

O hotsite oferece às servidoras do Estado de Minas Gerais um espaço com informações confiáveis sobre o cuidado com a saúde, além de disponibilizar o calendário de atividades do programa e o acesso às vídeo-aulas produzidas.

Você vai encontrar, ainda, textos sobre saúde preventiva, dicas de saúde, relatos de experiências de servidoras que colocam em prática o autocuidado e usufruem dos seus benefícios, informações regionalizadas sobre a disponibilidade de serviços de saúde e respostas a questionamentos comuns à saúde da mulher.

O endereço eletrônico do hotsite é o http://www.planejamento.mg.gov.br/saude-da-mulher 

O programa
O Governo de Minas conta com aproximadamente 211.617 servidores. Deste total aproximadamente 169.901 são mulheres, um percentual de 80% de todo o funcionalismo estadual. Com o intuito de desenvolver ações de promoção à saúde deste grande percentual de servidores e visando a melhoria da qualidade de vida e a promoção de escolhas saudáveis, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) criou o Programa Saúde da Mulher Servidora, lançado em agosto de 2013.

Você, servidora, fique à vontade para utilizar as informações disponíveis e ajude a construir um espaço cada vez melhor para todas. Este é o seu espaço!

Em fevereiro, o programa disponibilizou o primeiro conteúdo para o ano de 2014. O tema foi o Vírus do Papiloma Humanos, conhecido como HPV.  A médica ginecologista e diretora Central de Perícia Médica, Silvana de Mello Vasconcelos Neves, informou sobre as principais formas de contágio e prevenção, além da vacina, recentemente incorporada no calendário de vacinação brasileiro.

Confira abaixo a íntegra da entrevista com a especialista:

Médica convidada: Dra. Silvana de Mello Vasconcelos Neves, médica ginecologista, Diretora Central de Perícia Médica da Superintendência de Perícia Médica e Saúde Ocupacional (SCPMSO/SEPLAG-MG).

1. O que é HPV? 

HPV é a sigla de papilomavirus humano, ou seja, o vírus responsável pela principal doença sexualmente transmissível (DST) de etiologia viral, atualmente. Aproximadamente 630 milhões de indivíduos estão infectados pelo vírus no mundo. No Brasil, estima-se que existam 34 milhões de portadores de HPV, entre homens e mulheres, o que coloca o país entre os primeiros no ranking de prevalência da infecção, atrás apenas da China, da Índia e de países africanos.

2. Como o vírus é transmitido? Quais são as formas de contágio? 

A transmissão do HPV se dá pelo contato direto de mucosa infectada pelo vírus com a mucosa vaginal, anal e oral. Ele penetra no novo hospedeiro através de microtraumatismos, chegando até a camada basal do epitélio, e atravessa o citoplasma celular. O período de incubação varia de duas semanas a oito meses, e está relacionado com a competência imunológica individual. O ambiente feminino é mais favorável ao desenvolvimento e multiplicação do HPV, com a probabilidade de lesões mais sérias, devido principalmente às diferenças anatômicas e hormonais.

3. O que o HPV pode causar? Quais os tipos de HPV que causam câncer?

 A relação entre tipos oncogênicos do HPV, principalmente o 16 e o 18, com o câncer de colo do útero, o segundo tumor mais frequente na população feminina, já está bem estabelecida. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero, 83% dos casos de câncer anal, 32% dos casos de câncer de vulva e vagina, 31% dos casos de câncer de orofaringe e 25% dos casos de câncer de pênis. Os tipos de HPV 6 e 11 são responsáveis pelas verrugas genitais em 90% dos casos e não são oncogênicos, ou seja, não causam lesões malignas.

4. Quais são os sintomas? Como as lesões por HPV podem ser diagnosticadas? 

A maioria das infecções pelos diversos tipos de HPV é assintomática e autolimitada. Cerca de 80% das infecções pelo vírus desaparecem entre 12 a 18 meses após o diagnóstico. As adolescentes são mais vulneráveis, acumulando fatores de risco como altas taxas de infecção, idade precoce na iniciação sexual e ausência de parceiro estável. Neste contexto, a vacinação e o uso do preservativo são fortes aliados. O diagnóstico é feito pelo exame ginecológico (através do exame de citologia oncótica, também conhecido como Papanicolaou), pela colposcopia (através da coleta de raspados de tecido do colo do útero) e também por métodos como a biologia molecular, para verificar a presença do vírus.

5. Como podemos prevenir o HPV e o câncer de colo de útero? 

A prevenção do HPV é feita basicamente pelo uso de preservativo e pela vacina. A disseminação da informação também é um veículo poderoso, que é o que estamos fazendo aqui. Somente através da informação, as pessoas podem conhecer as doenças às quais se expõem e como elas são transmitidas, evitadas e tratadas. A partir disso, pode-se esperar efetivamente o sexo seguro em todo o seu espectro, no conjunto da sociedade de alto e baixo poder econômico.

6. A vacina contra HPV já está disponível? Quando será iniciada a campanha de vacinação no Brasil? 

Em julho de 2013, o governo federal por meio do Ministério da Saúde anunciou que incorporou a vacina contra HPV ao Programa Nacional de Imunização, beneficiando meninas de 11 e 13 anos, a partir de março de 2014, e a partir de 2015, também as meninas de 9 a 11 anos. A imunização será feita com três doses da vacina, sendo a segunda dose oferecida depois de dois meses da primeira, e a terceira, em seis meses desta. É a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta é vacinar 80% do público alvo, que atualmente soma 3,3 milhões de pessoas. A vacina estará disponível em forma de campanha em escolas públicas e particulares, e em unidades de saúde, de maneira permanente.

7. Quais são as vacinas contra HPV disponíveis no Brasil? A vacinação também é indicada para adultos?

A vacina quadrivalente contra HPV é licenciada, no Brasil, para uso em mulheres e homens de 9 a 26 anos. Ela previne contra os vírus 16 e 18 – presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e os tipos 6 e 11 – comuns em 90% dos casos de verrugas genitais. Também licenciada no Brasil, existe a opção de vacina bivalente, que cobre apenas os tipos 16 e 18. Quanto antes for aplicada a vacina, maiores serão os níveis de anticorpos neutralizantes específicos atingidos, e melhor a proteção proporcionada.

8. Pessoas que tem vida sexual ativa ou que já tiveram lesões por HPV podem receber a vacina? 

A vacinação continua válida, para a faixa etária de 9 a 26 anos, mesmo após o início da vida sexual ou após a infecção por HPV, com ou sem o desenvolvimento de lesões. Estão sendo feitos estudos clínicos adicionais para vacina nas mulheres fora da faixa etária atualmente aprovada e para o sexo masculino, assim como estão sendo avaliados os resultados da vacinação em longo prazo. De qualquer forma, a vacina contra HPV abre as portas para a medicina do futuro, em que as doenças infecciosas associadas aos hábitos de vida deverão ser tratadas como epidemias a serem dizimadas.

Fontehttp://www.planejamento.mg.gov.br/