Notícias

Quarentena faz a cesta básica disparar em Montes Claros

By Christiano Lopes Jilvan

April 02, 2020

Índice de 3,59% é justificado pela prática das pessoas em estocar alimentos em tempos de isolamento social

Banana, tomate, farinha, arroz e feijão entre os vilões de março (Foto: Christiano Jilvan | Ascom Unimontes)

O preço da cesta básica em Montes Claros apresentou uma inflação de 3,59% em março, com o custo médio de R$ 343,74 do salário-mínimo na aquisição dos chamados 13 itens essenciais. Os números foram divulgados pelo Índice de Preços ao Consumidor, projeto de extensão do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros.

A alta tem explicação, segundo a professora Vânia Villas Bôas Vieira Lopes, coordenadora do IPC/Unimontes: a procura foi maior que a oferta diante do isolamento social causado pelo Novo Coronavírus (Covid-19). “Houve uma corrida intensa, bem acima do normal, aos supermercados, mercearias e mercadinhos para o estoque de mantimentos neste período de quarentena”, acrescenta.

Uma comparação dos números de fevereiro e março mostra como o custo da cesta básica mexeu no bolso do montes-clarense. No segundo mês do ano, houve uma queda no preço de – 3,91%. Ou seja, neste período de 60 dias, a alta acumulada da cesta básica foi de 7,5%.Veja o relatório (clique aqui | arquivo PDF)

PRODUTOS

O relatório de março mostra que, na cesta básica, os “vilões” foram o tomate, com variação positiva de 19,84%, seguido pela banana (11,85%), açúcar (9,46%), arroz (4,67%), feijão (4,55%), óleo de soja (4,38%), batata (2,64%), leite tipo C (1,79%) e farinha (1,52%). Somente a carne (- 4,01%) e o pó de café (- 0,34%) apresentou deflação. O pãozinho francês e a margarina apresentaram preços estáveis em relação a fevereiro.

Como a previsão é de mais tempo de quarentena e isolamento social, a coordenadora do IPC faz uma projeção pouco otimista em termos de preços para abril. “A previsão para este mês é para que a cesta básica em Montes Claros fique ainda mais cara em relação a março, justamente em função da dinâmica do mercado, já que as pessoas que podem ainda preferem estocar alimentos”.

SUGESTÃO

Ainda conforme a professora Vânia Villas Bôas, mesmo que ainda não tenha sinais evidentes da falta de determinada mercadoria, a variação de preços entre supermercados, sacolões e mercearias tem sido relevante. “Há uma maneira de ajudar a controlar os preços praticados: o consumidor deveria evitar estocar produtos e comprar somente o necessário”, aconselha.