A propósito, vale ressaltar que a população brasileira envelhece em ritmo rápido e crescente. O Brasil tem hoje 16 milhões de idosos e cerca de 1 milhão e 600 mil em Minas Gerais, com idade superior a 60 anos, o que representa 10% da população, superando esta parcela populacional com a mesma idade na França, Reino Unido e Itália.
Dentro de 25 anos, o País terá 30 milhões de pessoas com 60 anos. Hoje, são oito milhões de idosos com mais de 70 anos. A projeção feita pelo IBGE é a de que, em 2050, o número de homens e de mulheres com idade acima de 80 anos poderá superar o de jovens de 20 a 24 anos e até de crianças abaixo de 14 anos. Isso remete à conclusão simples de que o Brasil ficará mais velho.
Este Centro nasceu da junção de forças e decisão gestora deste reitorado com a participação direta do empresário Aloysio de Andrade Faria, que é um filantropo coberto de altruísmo, e com aporte valioso e indispensável do Governo de Minas. Funcionará sob os auspícios do Sistema Único de Saúde, agregado ao Hospital Universitário Clemente de Faria.
Por isso, este é um dia verdadeiramente singular para a nossa Universidade. A entrega desta obra representa um marco, simbólico e material, da conjugação de esforços necessários à melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas.
Aqui, Amigos e Amigas, uma equipe multidisciplinar de alto nível e comprometida, utilizando estrutura e equipamentos modernos, mas tendo o AMOR como principal instrumento, vai oferecer atendimento digno e humanizado.
Esta nova unidade passa a ser, também, espaço privilegiado para o ensino e para a pesquisa, contribuindo, em conseqüência, para a consolidação de programas de pós-graduação na área da saúde.
Ao mesmo tempo, a inauguração deste Centro, numa análise empírica até, faz congregar a harmonia das famílias através de suas raízes e origens. Aloysio de Andrade Faria, que muito contribuiu para esta obra, é parente de Pacífico Antunes Faria, que foi casado com Eny Faria de Oliveira, mãe de Jacy Ribeiro, que é viúva de Mário Ribeiro, esse, irmão de Darcy Ribeiro, sendo Jacy Ribeiro prima de Aloysio de Andrade Faria.
Mas, é imperioso reconhecer que, mesmo com a expressiva participação do empresário e mecenas, este Centro não se tornaria realidade, caso não tivéssemos contado, desde o início, com o apoio e o incentivo do Governador AÉCIO NEVES, estadista do nosso século, que está sempre à frente do seu tempo.
Outros aliados e parceiros devem e precisam ser mencionados, como o Vice-Governador, Professor ANTONIO AUGUSTO ANASTASIA e os Ilustres Secretários de Estado, deputado MARCUS PESTANA (de Saúde); DANILO DE CASTRO (de Governo); RENATA VILHENA (de Planejamento e Gestão); e ALBERTO PORTUGAL (de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), aqui representado pelo Secretário-Adjunto, Professor EVALDO FERREIRA VILELA.
Também não podemos nos esquecer da classe política – senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores – e da própria comunidade regional, sempre solidários e leais à Universidade.
Aos Companheiros e Companheiros, Amigos e Amigas que integram o grupo de colaboradores do Hospital Universitário Clemente de Faria, nossos agradecimentos porque foram fundamentais na edificação desta magnífica obra de arquitetura e engenharia, contribuindo para que o sonho tomasse forma e redundasse em sinônimo de promoção de saúde.
Senhoras e Senhores, Amigas e Amigos:
A UNIMONTES entrega hoje mais que um patrimônio físico. Entrega um monumento à confiança, ao trabalho, à solidariedade, à disposição de luta e também à generosidade.
O atendimento ao idoso proposto por este Centro se caracterizará pela nobreza, como as pessoas merecem, porque elas são nobres na persistência do existir, são pertinazes mesmo diante do porvir, e não podem, não merecem e nem devem ficar ao léu ou no limbo.
Ao contrário, precisam ser respeitadas como prediz o Salmo Bíblico que diz: “na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes”.
Finalmente, fazemos referência a um poema de Cecília Meireles que nos ensina a ação do tempo. Ela diz em Retrato:
Eu não tinha este rosto de hoje,/Assim calma, assim triste, assim magro,/Nem estes olhos tão vazios,/Nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem força,/Tão paradas e frias e mortas;/Eu não tinha este coração/Que nem se mostra./Eu não dei por esta mudança,/Tão simples, tão certa, tão fácil:/-Em que espelho ficou perdida a minha face?
É assim. Cada um e ao seu tempo perderá o vigor, a resistência. Mas, com ações e instituições como o Centro de Referência em Assistência ao Idoso Eny Faria de Oliveira, agora aberto ao público, é sempre possível se olhar no espelho, reencontrar o doce de viver, mãos cálidas, força para persistir em paz e com saúde, respeitado como eterna dádiva de Deus.
E QUE ELE CONTINUE ILUMINANDO E ABENÇOANDO TODOS NÓS.MUITO OBRIGADO!