O Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), tem como prioridade desenvolver a pesquisa, a identificação, a conservação e a divulgação de registros da cultura e da história da região. Para cumprir esta missão, a entidade contará com o apoio da comunidade, por meio da Associação dos Amigos do Museu, cuja criação foi discutida em reunião, na tarde dessa quinta-feira (28/3).
O encontro foi realizado na sede do museu, no antigo Casarão da Fafil, com professores, pesquisadores, historiadores, geógrafos e outras pessoas da comunidade sensíveis à cultura e à história e que se dispõem a contribuir com preservação do acervo e com a manutenção do Museu Regional. O próximo passo será a elaboração do estatuto da entidade.
Uma das voluntárias é a socióloga Mércia Fagundes, que fez a apresentação da proposta de criação da associação. Ela destacou que o objetivo é mobilizar a sociedade civil e arrecadar recursos para a manutenção do Museu, objetivando a realização de exposições e outras atividades, além da ampliação do acervo.
Mércia Fagundes ressaltou que, com a criação da Associação dos Amigos do Museu, será possível a geração de renda com a produção e venda de cartões postais e outros souvenirs aos visitantes. A entidade também poderá viabilizar doações financeiras. “Não podemos ficar somente esperando pelo Poder Público”, pontuou a socióloga, lembrando que iniciativas semelhantes contribuem com grandes museus no Brasil e no mundo.
Outro integrante da comunidade, o produtor de cinema Paulo Henrique Veloso Souto, lembrou que, “em uma grande dimensão”, o Museu Regional do Norte de Minas reúne e preserva os diversos aspectos da cultura e da memória de Montes Claros e da região, incluindo o folclore, documentos, fotos e mesmo móveis antigos, entre outras peças e objetos. “Podemos mobilizar instituições financeiras para ajudar na manutenção do museu”, disse Paulo Henrique, que, depois de vários anos de carreira no cinema no Rio de Janeiro, retornou a Montes Claros, sua terra natal.
Também participante da reunião, o ex-reitor da Unimontes, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, destacou a importância do Museu Regional. Ele se lembrou da luta para restauração do antigo Casarão da Fafil com o propósito de instalar o Museu, desenvolvida durante sua gestão à frente da Universidade (dezembro de 2002 a dezembro de 2010). Assim como a socióloga Mércia Fagundes, o ex-reitor salientou que “não podemos ficar apenas à espera do Poder Público, que enfrenta da falta de recursos”.
A diretora do Museu Regional, professora Marina Ribeiro Queiroz, ressaltou a relevância da iniciativa e agradeceu a disposição dos representantes da sociedade civil em contribuir voluntariamente com a entidade. Ela destacou que com a partir da criação da Associação dos Amigos do Museu Regional poderão ser realizados mais exposições e eventos no espaço, beneficiando toda comunidade. As visitas à instituição são gratuitas.
GRUPO DE TRABALHO
Foi constituído um grupo de trabalho que será responsável pela redação do estatuto da Associação dos Amigos do Museu Regional do Norte de Minas. A comissão também cuidará de outras providências burocráticas para a formação da diretoria e do conselho fiscal da entidade. O próximo encontro dos voluntários da associação ainda será agendado.
O QUE É O MUSEU REGIONAL
O Museu Regional do Norte de Minas (MRNM) tem como meta principal desenvolver atividades voltadas para a pesquisa, a identificação, a conservação e a divulgação de registros da cultura material e imaterial do Norte de Minas. Inaugurado em 30 de setembro de 2014, o local funciona no casarão da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafil), prédio histórico que foi totalmente restaurado pelo Governo do Estado, com o apoio da comunidade e recursos de empresas – viabilizados por intermédio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
A unidade oferece ao público a oportunidade de conhecer a região norte-mineira por meio de quatro eixos temáticos distribuídos em: “Meio Ambiente”, “Ocupação do Território”, “Evolução Urbana de Montes Claros” e “Saberes, Fazeres e Celebrações”. Já são quase 50 mil visitantes nestes pouco mais de quatro anos de funcionamento.