O Conselho Universitário (Consu), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), realizará na próxima terça-feira (3/10), a sessão solene para a entrega do título de Doutor Honoris Causa ao poeta norte-mineiro Aroldo Pereira. A cerimônia está marcada para as 20 horas, no auditório Mário Ribeiro da Silveira, no prédio 6 do campus-sede.
Autor de vários livros, Aroldo Pereira é idealizador e coordenador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, realizado anualmente em Montes Claros e que completa 31 anos interruptos em 2017, com abertura oficial em 4/10 (Dia Nacional da Poesia). O título de Doutor Honoris Causa é a mais importante distinção concedida pelas universidades em todo o mundo. A proposição da homenagem foi feita pelos professores e conselheiros Antônio Wagner Veloso Rocha e Mônica Maria Teixeira Amorim.
A homenagem ao poeta é destacada pelo reitor da Unimontes, professor João dos Reis Canela. “A concessão desse título significa para nossa universidade um momento especial de reconhecimento a um trabalho persistente, continuado e perseverante de uma pessoa que, além da sensibilidade poética, tem o compromisso de elevar a cultura da nossa região”, afirma.
“A Universidade Estadual de Montes Claros, por intermédio do Conselho Universitário, presta justa e merecida homenagem às credenciais do poeta e escritor Aroldo Pereira, com muita honra e visão acadêmica”, complementa o reitor.
Por sua vez, o poeta Aroldo Pereira disse que receber a homenagem da Unimontes é algo muito gratificante. “Sem dúvida, esse título de Doutor Honoris Causa não é apenas uma conquista pessoal, mas o reconhecimento a um trabalho desenvolvido há 31 anos, em que superamos dificuldades, trilhando um caminho árduo e espinhoso, porém, compensador, por divulgarmos a poesia e a cultura. Essa concessão vem iluminar o nosso caminho para continuarmos na defesa da valorização da cultura, da inclusão social e dos direitos humanos”, enfatiza o homenageado.
BIOGRAFIA E REFERÊNCIA DE ESTUDOS
Natural de Coração de Jesus (Norte de Minas), foi em Montes Claros que João Aroldo Pereira encontrou inspiração para escrever suas obras, como “Canto de Encantar Serpente”, “Azul Geral”, “Hai-kai Quem Quer” e “Doces Pérolas Púrpuras”, publicadas na década de 1980.
Ele publicou os livros “Cinema Bumerangue” (1997), “Parangolivro” (2007), indicado para o Mestrado em Letras/Estudos Literários (em 2008) e para o Processo Seletivo/2011 da Unimontes.
Pereira é também co-autor de “Antologia da Moderna Poesia Brasileira” (1992), Signopse – a poesia na virada do século (1995), Cantária (2000), Trinta anos-luz: poetas celebram 30 anos de Psiu Poético (2016), entre outros. Seu nome consta como verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira, organizada por Afrânio Coutinho e J. Galante de Souza (Fundação Biblioteca Nacional/Academia Brasileira de Letras, 2001).
O legado literário do escritor também se tornou objeto de estudos e pesquisas acadêmicas. Artigo de autoria da professora Ivana Ferrante Rebello, com o título “Versos e Parangolés: a Poesia Marginal de Aroldo Pereira”, foi publicado na revista “Estação Literária” (volume 12) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A tese aborda aspectos fundamentais para a compreensão do exercício criador e inventivo do poeta norte-mineiro.
“Marginal e herói: pintura e música na poesia de Aroldo Pereira” é outro artigo de destaque que foi produzido pelo professor e escritor Gilson Neves, mestre em Estudos Literários pela Unimontes. O texto ressalta o “caráter revolucionário desta escrita que encontra nos acontecimentos da vida comum dos homens a sua possibilidade de reflexão”. A Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras/Estudos Literários da Unimontes também deu destaque para a obra do poeta Aroldo Pereira, dedicando espaço para resenha escrita pelo professor e compositor Élcio Lucas de Oliveira sobre o conteúdo de Parangolivro.