O uso de drogas e assaltos nas ruas estão entre os problemas que mais assustam os moradores do município de Montes Claros. Apesar das estatísticas mostrarem a redução da criminalidade nos últimos anos, a população ainda vive uma sensação de insegurança nas ruas. Os dados constam na pesquisa “Percepção da Segurança e do Medo na Cidade de Montes Claros/2010”, realizada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por intermédio do Grupo de Estudos e Pesquisas em Metodologia das Ciências Sociais, Violência e Criminalidade.
“A proposta é para que o estudo venha subsidiar as instituições e órgãos responsáveis na implementação de programas, políticas públicas ou estratégias voltadas para a prevenção e o combate à violência”, observa a coordenadora da pesquisa, professora Maria Ângela Figueiredo Braga, do departamento de Ciências Sociais. Ela lembra que todos os dados do levantamento estão à disposição de órgãos públicos e demais interessados.
DADOS ANUAIS
A pesquisa sobre a percepção da segurança e do medo vem sendo desenvolvida, anualmente, pelo grupo de estudos da Unimontes desde 2006. O levantamento relativo a 2010 foi realizado em novembro passado. Foram entrevistados 400 moradores das quatro Áreas Integradas de Segurança Pública –AISPs da cidade (98, 99, 100 e 101). “Foi adotada a metodologia de pesquisas por amostragem, revelando a situação em toda cidade”, explica Maria Ângela. O trabalho de campo contou com 10 pessoas, entre professores e alunos do curso de Ciências Sociais da Unimontes.
Verificou-se como a população se sente em relação à segurança, dentro de casa e ao andar nas ruas, tanto durante o dia como à noite. De acordo com o resultado, o sentimento de medo aumenta no período noturno; 25% dos entrevistados disseram que se sentem inseguros ao andar nas ruas da vizinhança de suas casas durante o dia. À noite, o percentual dos transeuntes aumenta para 41,6%. O levantamento ainda mostra que pouco mais da metade da população (51,5%) se considera segura dentro de casa.
PREOCUPAÇÃO COM AS DROGAS
Além da sensação de segurança, foram identificados problemas relacionados à violência, sendo observada a frequência de como acontecem e a quem os moradores recorrem à procura de solução. De acordo com os entrevistados, os problemas mais recorrentes são: uso de drogas nas ruas (74,1%), roubo e assalto na rua (67,8%), tráfico de drogas nas ruas (63,3%), e roubo e assalto em casa (54,9).
“Acredito que é necessária uma ação mais enérgica em relação à prevenção e combate às drogas”, comenta a coordenadora da pesquisa. Quanto às instituições ou pessoas que os moradores buscam para solucionar os problemas relacionados à violência, a Polícia aparece como principal referência nos casos de roubo e assalto dentro de casa (78,2%) e roubo e assalto na rua (67,7%).
Em relação a outros problemas, foi verificado que a maioria das pessoas demonstra uma passividade, sem tomar providências. Foram elevados os percentuais de pessoas que disseram que não procuram ninguém ou não fazem nada nos casos de presença de gangues (84,3%), depredação e vandalismos (83,2%), tráfico de drogas nas ruas (81,4%), uso de drogas nas ruas (80,6%) e brigas e arruaças nas ruas (74,2%).