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Pesquisa da Unimontes aprofunda conhecimento sobre a Doença de Chagas

By Ana Elisa Carvalho de Navarro

February 27, 2019

 O Norte de Minas está inserido numa série de estudos que têm como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre a doença de Chagas, ainda endêmica na região. As atividades são desenvolvidas por intermédio do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de São Paulo-Minas Gerais (SaMi-Trop), uma rede de cientistas colaboradores de instituições de ensino e pesquisa dos dois estados, que conta com a participação direta da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

O SaMi-Trop tem como finalidade “desenvolver e conduzir projetos de pesquisa sobre doenças infecciosas negligenciadas no Brasil”. A rede conta com cientistas colaboradores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) – além da Unimontes.

A rede científica tem ainda como meta “a descoberta e validação de biomarcadores (indicadores) para a doença de Chagas. Dentro deste propósito, foi criado o projeto “Doença de Chagas e Saúde Única: Validação de Protocolo de Rastreio e Análise eco-epidemiológica no Norte de Minas Gerais”.

As ações são coordenadas pelas professoras Thallyta Maria Vieira (Departamento de Biologia Geral) e Desirée Sant’ana Haikal (Departamento de Odontologia), que também fazem parte do corpo docente de pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Ciências da Saúde da Unimontes – e que também integram a Rede SaMi-Trop.

Conforme explica a professora Thallyta Maria Vieira, o estudo tem como objetivo “compreender melhor os novos padrões da Doença de Chagas”, com aprofundamento das pesquisas relacionadas à genética, transmissão e medicamentos eficazes contra a enfermidade.

TRABALHOS

Na primeira semana de fevereiro, foi concluída pela SaMi-Trop mais uma etapa do projeto “Doença de Chagas e Saúde Única”, com o treinamento dos agentes comunitários de Saúde e dos agentes de endemias dos municípios de São Francisco e de Espinosa, no Norte de Minas. Eles receberam informações teóricas e práticas para a coleta de dados na população e recolhimento dos vetores em reservatórios. Também foram sensibilizados quanto aos riscos eminentes da Doença de Chagas.

“O projeto contribuirá para o fortalecimento de ações em saúde pública direcionadas ao cuidado com a Doença de Chagas ao propiciar a capacitação de profissionais de saúde no cuidado e na identificação dos pacientes com infecção pelo Trypanosoma cruzi e ao expandir o acesso ao teste diagnóstico laboratorial em regiões endêmicas, melhorando assim o cuidado para com a doença”, explica a professora Thallyta Maria.

A pesquisadora salienta que, por intermédio do projeto “será possível compreender melhor a eco-epidemiologia da doença nos locais estudados”, objetivando estabelecer estratégias mais eficazes de controle e prevenção voltados a saúde única. “Deste modo, o resultado do estudo poderá contribuir para o rastreamento, melhoria da qualidade de vida dos chagásicos e prevenção da doença”, destaca Ariela Mota, coordenadora de campo do SaMI-Trop.

I EDUCAÇÃO EM SAÚDE

A professora Thallyta Vieira ressalta que, como uma das estratégias para impulsionar o controle da enfermidade, o SaMi-Trop criou o I Educação em Saúde sobre Doenças de Chagas. Espinosa e São Francisco foram os municípios do Norte de Minas escolhidos para sediar as ações.

Os eventos serão na primeira quinzena de março: dia 9/3, na Praça da Meteorologia, em Espinosa, a partir das 9 horas; e no dia 15/3, na Praça do Centenário, em São Francisco, no mesmo horário.

O evento visa “transmitir conhecimentos relativos à saúde da população considerando as questões sociais, de forma que a própria população decida por adotar as mudanças de hábitos e cuidados à saúde propostos”. O destaque está na participação social e mobilização da comunidade, por meio de exposições, sorteio de brindes e interações, para a melhoria das condições de vida e de saúde.