Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Parceria entre Unimontes e Cooperativa de Apicultores viabiliza pesquisas e a melhoria de vida no semiárido

A parceria entre a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopempai) viabiliza a realização de novas pesquisas, agregando valor aos produtos apícolas. Proporciona ainda a geração de renda para os pequenos agricultores e a melhoria da qualidade de vida no semiárido norte-mineiro.

Este ponto de vista é colocado pelo professor Dario Alves de Oliveira, pesquisador do Departamento de Ciências Biológicas e coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biotecnologia (PPGB) da Unimontes, que desenvolve estudos voltados para a melhoria do processo de produção e comercialização do mel silvestre no Norte de Minas.

O fortalecimento da parceria entre a Coopemapi foi discutido em reunião no gabinete do reitor da Unimontes, professor Wagner de Paulo Santiago. O encontro contou com a participação do presidente da Coopemapi, Luciano Fernandes de Souza, do próprio Dario Alves de Oliveira e do deputado federal Marcelo Freitas, que atua na articulação para a captação de recursos e incremento do arranjo produtivo do mel silvestre no Norte de Minas.
O professor Dario Alves de Oliveira explica que o acordo de parceria entre a Universidade e a cooperativa objetiva “a adequação e o desenvolvimento de técnicas para análises de componentes do mel, pólens e outros produtos, desenvolver trabalhos científicos com espécies de plantas nativas e exóticas presentes no semiárido utilizadas por abelhas como matéria prima para produção de mel, própolis e outros produtos, promoção de eventos e cursos na área. Além disso, visa o estímulo ao empreendedorismo para o desenvolvimento de produtos e processos com o uso de matéria prima proveniente da cadeia apícola”.

Ele destaca que a iniciativa vai permitir a geração de novos conhecimentos e a valorização dos produtos. “As atividades desenvolvidas vão contribuir com a geração de conhecimento científico e tecnológico, com a perspectiva de agregar valor aos produtos apícolas para o mercado nacional e internacional, para possibilitar a geração de novos produtos e empreendimentos e, consequentemente, contribuir com a melhoria da qualidade de vida das comunidades do semiárido norte mineiro”, pontua.

Além disso, avalia o pesquisador da Unimontes, o desenvolvimento do projeto contribui com a consolidação da interação entre a comunidade acadêmica especializada e os setores organizados, no caso, que participam do APL (Arranjo Produtivo Local) da apicultura do norte do estado de Minas Gerais.
“Os resultados a serem obtidos poderão ser utilizados para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas tanto para a conservação de espécies de plantas estratégicas como para o estabelecimento de novas diretrizes para a ampliação das atividades de inovação e empreendedorismo”, ressalta o professor e pesquisador do Departamento de Ciências Biológicas da Unimontes.

Ele ressalta que a soma de esforços entre a Universidade Estadual de Montes Claros e a Coopemapi “busca a geração de conhecimentos que serão transferidos para a sociedade por meio da formação de recursos humanos qualificados, por meio de publicações em artigos indexados e manuais técnicos que ficarão disponíveis para as comunidades envolvidas’.
“Outra forma de transferência de conhecimento é a formação de um ambiente de inovação previsto nas atividades de interação que são desenvolvidas com as comunidades por meio das parcerias”, completa.
Interação entre comunidade acadêmica e sociedade organizada

O pesquisador lembra que o projeto contribui para a consolidação da interação entre a comunidade acadêmica especializada e os setores organizados, no caso, que participam do APL da apicultura do Norte de Minas Gerais. “Os resultados a serem obtidos poderão ser utilizados para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas tanto para a conservação de espécies de plantas estratégicas como para o estabelecimento de novas diretrizes para a ampliação das atividades de inovação e empreendedorismo”, informa.

Pesquisas resultam em cosméticos

O professor Dario Alves de Oliveira salienta que o APL da Apicultura está associado com a agrobiodiversidade e que a parceria com a Coopemapi já possibilitou a realização de estudos científicos, envolvendo professores e acadêmicos dos cursos de graduação de pós-graduação Stricto sensu da Unimontes. As pesquisas já tiveram resultados práticos, como por exemplo o desenvolvimento de três cosméticos que estão em processo de para depósito de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

“Até o momento foram publicados quatro artigos científicos e mais um artigo foi aceito para publicação. Foram quatro resumos apresentados em eventos científicos, uma indicação geográfica concedida, três marcas coletivas em processo de depósito e encontra-se em desenvolvimento um jogo educativo e lúdico (físico e aplicativo) que promove a conscientização da importância das abelhas para a produção de diferentes produtos e para a conservação da biodiversidade”, relata o pesquisador.

Ele informa que, ainda aos estudos sobre a apicultura no âmbito da Unimontes, foram defendidos três Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), no Bacharelado em Ciências Biológicas e quatro treinamentos em Iniciação Científica finalizados. Foram defendidas 10 dissertações do Mestrado Profissional em Biotecnologia e uma dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial.

Além disso estão em andamento cinco trabalhos de conclusão de curso em no curso de graduação em Ciências Biológicas, cinco dissertações do Mestrado Profissional em Biotecnologia, cinco teses de Doutorado Profissional em Biotecnologia.
“Portanto, muitas atividades educativas, de ciência, tecnologia e inovação já têm sido desenvolvidas no Centro de Tecnologia e Inovação em Agrobiodiversidade. Estas atividades contribuirão para o desenvolvimento socioeconômico da região norte do estado de Minas Gerais”, conclui o professor Dario Alves de Oliveira.