Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Para pesquisadora da UFJF, Unimontes se consolida como centro em estudos do lazer

Um projeto consolidado como é o do Ludens abre perspectivas extremamente favoráveis para que a Unimontes, em questão de tempo, tenha o seu próprio programa de pós-graduação Stricto sensu concentrado nos estudos do lazer. A observação é da professora Sara Soutto Mayor, docente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF – campus Governador Valadares), ao ministrar a conferência de abertura do Seminário “10 Anos”, do Laboratório de Estudos, Pesquisas e Extensão do Lazer, da Unimontes.

Com palestras, mesas redondas e exposições, o evento acontece nesta quinta-feira (9/11), no auditório do Centro de Educação a Distância, no campus-sede, e prossegue até o início da noite. O Seminário integra a programação oficial do 11º Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão (Fepeg), da Unimontes.

Na abertura, o pró-reitor adjunto de Extensão e coordenador do Fepeg, Paulo Eduardo Gomes de Barros, destacou o interesse dos acadêmicos e professores da educação física no fomento ao debate sobre as práticas acadêmicas associadas ao eixo ensino, pesquisa e extensão. Coordenador do Ludens, o professor Georgino de Souza Neto lembrou que, mesmo como uma temática relativamente nova no ambiente universitário, o lazer quebra paradigmas ao produzir estudos que possam fomentar as políticas públicas.

ASSOCIAÇÕES

Sara é doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos do Lazer (PPGEL), da UFMG, único do gênero em todo o País, e integra o Grupo de Estudos sobre Futebol e Pesquisa (GeFUT/UFMG). Ela destaca como essencial o diálogo que a Unimontes, por meio do Ludens, mantém com as outras universidades brasileiras que já desenvolvem projetos associados à temática, o que vislumbra a oportunidade de maior ascensão.

Professor Georgino Neto fez a abertura dos trabalhos

“Quem sabe, diante da projeção de crescimento do Laboratório aqui da Unimontes, esta relação com as demais instituições seja ampliada também em países vizinhos, como Uruguai e Argentina”, acrescenta.

A pesquisadora, que em sua conferência apresentou números da pesquisa “O Lazer dos Brasileiros”, desenvolvida pela UFMG e parceiros a partir de sugestão do Ministério do Esporte, destaca que o bom relacionamento com as demais instituições deve ser somado à qualificação do corpo docente vinculado ao Ludens, o envolvimento de acadêmicos e o desenvolvimento de iniciativas pioneiras, como a oferta de uma pós-graduação gratuita, “algo inovador” e que já está finalizando a primeira turma.

Maik Castro Maia graduou-se em Educação Física pela Unimontes em 2012 e acaba de concluir a pós-graduação Lato sensu em Estudos do Lazer. Para ele, a iniciativa do Ludens amplia oportunidades para a qualificação profissional, além do incentivo à permanência do educador físico no ambiente acadêmico. “O seu trabalho passa a estar associado à pesquisa, o que permite um maior compartilhamento e maior visibilidade profissional”, disse.

NÚMEROS

Baseada nas metodologias de amostragem do IBGE na realização dos censos populacionais, a pesquisa “O Lazer dos Brasileiros”, finalizada em 2013, revela que, embora a promoção social seja um direito constitucional, as políticas públicas neste segmento são quase inexistentes. “Há pelo menos seis artigos na Constituição Federal de 1988 que garante ao brasileiro o direito social ao lazer, mas, na prática a realidade é bem diferente”, explica Sara.

O estudo revela que, entre os homens brasileiros, 64% praticam alguma atividade de lazer de natureza física/esportiva, quase o triplo se comparado às mulheres (20,6%). A prática, ainda conforme a pesquisa, está mais associada à questão de tempo disponível e aos recursos financeiros, do que propriamente às condições de infraestrutura e a aplicação de políticas públicas.

Os dados caracterizam, também, como o lazer é entendido pela população nacional: atividades físicas, esportivas, sociais, artísticas, intelectual e de turismo. Revela, ainda, os hábitos e os anseios dos brasileiros a partir de perfis como grau de instrução e sexo. Foram ouvidas 2,4 mil pessoas em todas as regiões do País.