A Maternidade “Maria Barbosa”, do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), tem participação estratégica na capacitação dos novos conselheiros tutelares eleitos no município de Montes Claros. Ao todo, 30 pessoas participaram das atividades desenvolvidas nessa terça-feira (5/4), no Hospital vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), como foco sobre o atendimento às vítimas de violência sexual e violência doméstica.
“Momento extremamente importante para discussão acerca do trabalho dos conselheiros e, por isso, estendemos o convite para as equipes de residência em Ginecologia e Obstetrícia, em Saúde da Família e Saúde da Mulher, com contribuições relevantes sobre as experiências da rotina dos atendimentos” descreveu a coordenadora administrativa da Maternidade, Arlenes Soares.
Conforme descreveu Thereza Martinez, socióloga da Maternidade, o objetivo principal da capacitação foi apresentar à nova equipe de profissionais o fluxo de atendimento para vítimas de violência sexual do HUCF.
DETALHES
“Além do fluxo, foram abordados aspectos jurídicos relacionados à assistência, bem como dados estatísticos que delinearam o perfil das vítimas, dos agressores e, ainda, mostram a realidade desses atendimentos no âmbito da Maternidade do HUCF”, descreveu.
Enfermeira e residente do programa em Saúde da Mulher, Luciana Aguiar entende que a capacitação é oportuna tendo em vista que o HUCF é referência no atendimento de vítimas de violência sexual.
“Trazer à tona um assunto complexo é sempre importante. Objetivamos causar menos danos para quem já está debilitado e, ao mesmo tempo, evitar a revitimização. O aprendizado, como este, ajuda o profissional a lidar com tudo ao redor de quem sofreu algum tipo de violência”, garante.
AMBULATÓRIO
Levantamos da Maternidade/HUCF apontam que, desde 2008, foram registrados no ambulatório de assistência às vítimas 839 atendimentos de violência sexual e de violência física em gestante. Em sua maioria (75%) os atendimentos, são de crianças e adolescentes; 90% dos casos são mulheres e praticamente em 100% dos atendimentos em que mulheres são vítimas os homens são os agressores.
Para Thereza, em relação aos agressores, os dados indicam que, em geral, são pessoas de confiança da vítima ou que tem o dever de cuidado: pais, padrastos, tios, avos, vizinhos, cuidadores e professores.