Mostra “Cores Urbanas” traz detalhes das intervenções de nove artistas locais no Posto de Saúde do Bairro Major Prates
Dar espaço, cada vez mais, às produções dos artistas locais, especialmente quando a proposta é de valorização profissional, usar a criatividade para revitalizar os ambientes e conscientizar a comunidade sobre a importância da cultura e da arte urbana. Este é o ponto de partida para a nova exposição virtual que o Museu Regional do Norte de Minas (MRNM/Unimontes) apresenta a partir desta quinta-feira (17/6): “Graffiti: Cores Urbanas”.
Com incentivo da Lei Federal Aldir Blanc e financiamento aprovado em seleção da Secretaria Municipal de Cultura, o coletivo traz a produção de nove artistas montes-clarenses que utilizaram a técnica do graffiti em intervenções nos muros do Posto Municipal de Saúde, do Bairro Major Prates. Na mostra virtual, as mesmas artes foram reproduzidas em telas.
Os trabalhos são apresentados nas redes sociais Instagram e Facebook do Museu da Unimontes, com a valorização da expressividade cultural e social no graffiti e a própria trajetória dos artistas, numa combinação de cores e de técnicas pessoais e de estilos. A curadoria é da historiadora do MRNM, Karine Dias, sob supervisão do diretor do Museu, professor José Roberto Lopes de Sales.
“IDENTIDADE”
Os proponentes e criadores do projeto são os grafiteiros Randall de Sá e Léo “Caxeta” Odran. Autodidata desde 2003, Randall diz que, desde então, a técnica o acompanha até mesmo em outros projetos. É graduado em Artes Visuais e em História pela Unimontes e, a partir do graffiti, realizou uma série de pesquisas e estudos para valorizar a atividade e derrubar tabus. “É importante expor a identidade do graffiti e nada melhor do que este contato com a comunidade, para que ela possa entender que é uma manifestação artística que pode também ser entendida como uma profissão e que necessita de incentivos”, disse.
A exposição “Graffiti Cores Urbanas” conta também com os grafiteiros Jhonnata Siqueira, Wender Miranda, Guto, Fabrício, Gabriel Máximo, Tamires e Damacio. Além da intervenção no Posto de Saúde do Major Prates, a proposta passa por mais duas ações: a própria exposição em parceria com o Museu da Unimontes e a criação de um catálogo impresso, com a reprodução de trabalhos, um histórico da trajetória dos grafiteiros locais e a relevância do graffiti no universo urbano.
“Que esta exposição seja mais uma voz para os grafiteiros, que sejam compreendidos e entendidos como artistas profissionais, minimizando mitos e julgamentos de uma época que não existe mais”, finaliza Randall de Sá.