Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Mostra fotográfica de Manoel Freitas em Bocaiuva destaca registros dos estudos da Unimontes sobre a mata seca

O homem sertanejo, pássaros raros, animais do Cerrado, os aspectos da mata seca e as belas paisagens do Rio São Francisco são os destaques da exposição fotográfica “Ser Tão Geraes”, do fotógrafo Manoel Freitas, que será aberta nesta sexta-feira (6/7) e prossegue até domingo (8/7), em Bocaiuva, dentro da programação da Festa7ª Feira de Arte e Cultura de Bocaiúva. A exposição acontecerá na Praça Wandick Dumont, no Centro da cidade.

Durante quatro anos, Manoel Freitas acompanhou e fez a documentação fotográfica do estudo sobre a mata seca, realizado por uma equipe do programa de mestrado em Biodiversidade e Uso dos Recursos Naturais (BURN) e Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), como parte integrante da Rede Colaborativa Internacional de Pequisas Tropi-Dry (Mata Seca), que envolve estudos sobre o tema de instituições de outros países como Canadá, Estados Unidos, México, Costa Rica, Cuba e Venezuela.

Na exposição , destaque para 50 imagens, sendo 45 delas no tamanho de 90 x 50 centímetros e outras cinco em maior formato. Poderão ser conferidas fotos de espécies de aves, animais e da vegetação da mata seca. O fotógrafo ressalta a importância da experiência e dos registros fotográficos feitos durante o acompanhamento dos estudos da Rede Tropi-Dry no município de Manga, no Norte de Minas. “Na verdade, acompanhei os pesquisadores de várias áreas, sobretudo, ornitólogos. Foi muito importante o aprendizado em trabalho de campo, que tem um alto custo. Pude contribuir com o estudo, que também possibilitou o registro científico de centenas de espécies de aves”, afirma Manoel Freitas, destacando que o trabalho permitiu que ele, em 2016, se tornasse o sexto brasileiro inserido na maior enciclopédia de aves do planeta, a Wiki Aves.

REGISTROS

Jornalista e integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, Manoel Freitas é sócio-fundador do Clube de Observação de Aves do Norte de Minas. Ele atua na imprensa de Montes Claros e do Norte de Minas desde 1986, nas funções de chefe de redação de emissoras de rádio, editor e editor adjunto de jornais, fotógrafo e revisor.

Ele iniciou o trabalho fotográfico há 20 anos. Nos últimos 15 anos, dedicou o seu tempo ao retrato do patrimônio natural do extremo Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha – “ de belezas diferentes, mas de igual importância”. “Nesse tempo, cataloguei cientificamente 3.788 aves de 288 espécies distintas, sendo dois primeiros registros no Sudeste Brasileiro e cinco primeiros em Minas. Na região, são dezenas de espécies que tivemos a honra de documentar pela primeira vez, sobretudo por acompanhar no Parque Estadual da Mata Seca parte do maior estudo do mundo já feito no bioma, a pesquisa da Rede Tropi- Dry. Humildemente, uma contribuição à ciência, pois os retratos indicam a distribuição geográfica e o estado de conservação dos respectivos indivíduos na natureza’, afirma.

“Essa caminhada, além de imagens, nos engrandeceu espiritualmente: tudo é obra de Deus e cada foto deve ser atribuída à sua generosidade. Vale destacar, ainda, o período em que trabalhei em São João das Missões, terra do Povo Xakriabá, o maior grupo étnico de7 Minas Gerais. Conhecer o compasso, os ritos e suas tradições, é uma honra sem medida e alegria que não cabe dentro de nosso peito. Os índios estão há quatro mandatos na chefia do Executivo e no comando do Legislativo dom município, ou seja, no centro do poder, o que contribui para o resgate de suas tradições e de sua cultura”, relata o fotógrafo.

Manoel Freitas salienta que a exposição “Ser Tão Gerais”, durante a Festa do Senhor do Bonfim, em Bocaiuva, marca os seus 20 anos de registros de imagens nos Parques Estaduais da Mata Seca (município de Manga), Lagoa do Cajueiro, Verde Grande (município de Matias Cardoso),7 localizados nas proximidades do Rio São Francisco. “A mostra destaca também parte da minha caminhada no Vale do Peruaçu (entre os municípios de Januária e Itacarambi, Norte de Minas), no Vale do Jequitinhonha e a minha convivência com o povo indígena Xakriabá (Município de São João das Missões”, acrescenta Freitas. A mostra fotográfica com registros da mata seca e dos indígenas Xakriabás será exposta, também, no Museu Regional do Norte de Minas, da Unimontes, entre o final de julho e o início de setembro, na parte histórica do centro de Montes Claros.

SERVIÇO
Mostra fotográfica “Ser Tão Gerais” – Manoel Freitas
Quando: 7 a 9 de julho – durante a Festa do Senhor do Bonfim
Onde: na Praça Wandick Dumont, em Bocaiuva