Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Mestrado em História abre evento “Encontros”, que debate os “55 anos do Golpe Militar”

 

Foi aberto nesta sexta-feira (5/4), o ciclo “Encontros com a História”, evento especial do Programa de Pós-Graduação de História (PPGH), da Universidade Estadual de Montes Claros, que tem como tema central os “55 Anos do Golpe Militar”. A programação se estenderá até o próximo dia 24 de abril, com participação aberta para acadêmicos da graduação, mestrandos, egressos, professores e pessoas da comunidade em geral.

A primeira atividade foi realizada no auditório do prédio 2, do campus-sede, e teve dois momentos: a exibição do documentário “O Dia que Durou 21 Anos”, do cineasta Camilo Galli Tavares, e o debate com o público sobre o filme, mediado pelo professor doutor Laurindo Mékie Pereira. Camilo é filho do jornalista Flávio Tavares, um dos presos políticos nos anos 60.

“A data por si só remete à necessidade de debate e de mais estudos sobre o golpe militar, mas houve um arrefecimento do tema pelas décadas de distância da época em que tudo aconteceu”, explicou o professor Laurindo Mékie. Para ele, de 2013 para cá, diante da polarização política brasileira, o assunto voltou a ser objeto de polêmica.

Documentário

“O tema é delicado e diria também que é mal resolvido pela disputa em considerar o que é memória: o golpe propriamente dito e a duração do regime. Há semelhanças em alguns aspectos entre 1964 e o período atual, como a necessidade de enquadrar as pessoas em ser de direita ou de esquerda”, acrescenta o professor.

Sobre o documentário em que foi debatedor, Laurindo Mékie considerou que o trabalho [do Camilo] teve um cunho jornalístico, com foco nas articulações do pré-golpe, sobretudo com a intervenção estratégica da embaixada dos Estados Unidos, e nos anos de chumbo que se seguiram após o golpe. “No entanto, o contexto do que aconteceu no Brasil não se resume somente a isto. A intervenção americana foi apenas um dos fatores”.

PROGRAMAÇÃO

Na próxima quinta-feira, 11 de abril, a partir das oito horas, será exibido o documentário “Que Bom te Ver Viva”, de Lúcia Murat, com narrativas de mulheres que sofreram tortura. A professora doutora Cláudia Maia, coordenadora do PPGH, será uma das debatedoras ao lado dos mestrandos Gustavo Mota e Maria Clara de Oliveira, ambos da Unimontes.

Já no dia 24, às 19 horas, acontece mesa redonda “Para não esquecer: Memórias da Ditadura no Brasil”, com a participação da professora Maria Jacy Ribeiro, do Instituto Histórico Geográfico de Montes Claros e do professor Guilherme Costa Pimentel, egresso do mestrado em História da Unimontes e autor de um estudo sobre pessoas de Montes Claros ligadas ao comunismo e que foram reprimidas durante o regime militar. Haverá, ainda, representantes da Comissão da Verdade e Memória Grande Sertão, que faz um estudo completo sobre a violação dos direitos humanos no Norte de Minas no período da ditadura.